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BANDEIRA VERMELHA

Conta de energia elétrica fica mais cara a partir de hoje

Bandeira vermelha e calor extremo elevam a conta de luz em Mato Grosso do Sul; consumidores precisam adotar medidas para tentar economizar energia.

1 outubro 2024 - 09h35
Decisão foi anunciada na última sexta-feira (27) em nota da Aneel
Decisão foi anunciada na última sexta-feira (27) em nota da Aneel - (Foto: Marcello Casal Jr/EBC)

A primavera mal começou, e o calor já bate recordes. Em Mato Grosso do Sul, os ventiladores giram sem parar, os ares-condicionados trabalham no limite e a geladeira, coitada, tenta manter-se firme. Como se não bastasse o calor sufocante, a conta de luz também vai começar a derreter o bolso do consumidor. A partir de hoje (1º de outubro),, a bandeira vermelha patamar 2 entra em vigor no Estado e em todo o país, elevando o custo da energia elétrica ao máximo possível. Em termos simples: está caro e vai ficar ainda mais caro.

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Se antes o custo era de R$ 4,463 para cada 100 quilowatts-hora consumidos, agora a conta sobe para R$ 7,877. Isso, claro, sem contar o impacto dos ventiladores, ares-condicionados e outros eletrodomésticos que se tornaram essenciais para sobreviver às temperaturas cada vez mais altas. A justificativa vem da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): a seca prolongada, os reservatórios das hidrelétricas em níveis críticos e a necessidade de acionar as caras usinas termelétricas. É o ciclo de sempre, mas que todo ano parece pegar de surpresa quem mora nas regiões mais quentes do país.

Dicas para economizar energia

Calor e ventiladores: uma conta que não fecha - Em outubro e novembro, os termômetros de Mato Grosso do Sul devem registrar temperaturas bem acima da média histórica. E é aí que o drama começa. A combinação de calor intenso com a bandeira vermelha cria o cenário perfeito para uma conta de luz muito mais alta. Aparelhos que consomem muita energia, como o ar-condicionado, ventiladores e geladeiras, passam a funcionar sem parar – afinal, quem consegue dormir em um quarto que parece um forno?

Enquanto o consumidor tenta se virar como pode, as concessionárias de energia, como a Neoenergia, lançam campanhas que soam mais como conselho de mãe: desligue o ventilador quando sair do quarto, deixe o ar-condicionado no modo econômico, não durma com a TV ligada. São dicas úteis, claro, mas que soam insuficientes quando a realidade é uma temperatura de 38 graus do lado de fora e uma bandeira vermelha pesando na conta do mês.

O sistema de bandeiras: de onde vem o vermelho? A adoção das bandeiras tarifárias no Brasil começou em 2015, como uma maneira de informar o consumidor sobre os custos reais de produção de energia elétrica. Funciona assim: quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão normais, a bandeira verde entra em ação e o custo é menor. No entanto, quando a seca se agrava e as hidrelétricas perdem eficiência, a bandeira muda para amarela ou vermelha, e o acionamento das usinas termelétricas, que são mais caras, se torna inevitável. No patamar 2, a situação é crítica e o custo é o mais alto possível.

Desde abril de 2022, o Brasil vivia sob uma sequência de bandeiras verdes, até que, em julho de 2024, a bandeira amarela foi acionada, seguida da bandeira vermelha patamar 1 em setembro. Agora, a escalada continua com a bandeira vermelha patamar 2 em outubro, um sinal claro de que a energia está ficando cada vez mais cara e o verão ainda nem começou.

Como sobreviver ao aumento sem enlouquecer? Embora não exista fórmula mágica, pequenas atitudes podem fazer a diferença no final do mês. Segundo as concessionárias, uma das principais dicas é prestar atenção na eficiência dos eletrodomésticos. Modelos com o selo Procel de eficiência energética ou com a classificação “A” do Inmetro consomem até 50% menos energia. Além disso, o uso do ar-condicionado deve ser feito de forma estratégica: manter o termostato em temperaturas mais altas ajuda a reduzir o consumo, assim como desligar o aparelho quando ninguém estiver no cômodo.

O chuveiro elétrico também é um grande vilão da conta de luz. Colocar o modo “verão” no chuveiro pode economizar até 30% de energia, e cada minuto a menos no banho faz diferença. E se a ideia é economizar mesmo, até o ferro de passar roupas entra na conta. O ferro a vapor, por exemplo, consome o dobro de energia em relação ao ferro seco, e usar um vaporizador pode multiplicar o consumo por seis.

Essas medidas podem parecer pequenas em meio a um aumento tão expressivo, mas podem ajudar a atenuar o impacto da bandeira vermelha e do uso constante dos eletrodomésticos. O desafio, no entanto, será equilibrar a necessidade de refrescar a casa e manter os custos sob controle, em uma época do ano em que o calor é implacável.

E agora? A bandeira vermelha patamar 2 deve se manter ao longo dos próximos meses, até que a situação dos reservatórios melhore e o uso das termelétricas diminua. Até lá, os consumidores de Mato Grosso do Sul e de todo o país vão sentir o peso dessa combinação explosiva de calor e aumento da tarifa elétrica. Enquanto isso, as concessionárias vão continuar reforçando as dicas de economia, e o consumidor vai se adaptar como puder, tentando equilibrar a sensação de viver dentro de um forno e a necessidade de não estourar o orçamento no final do mês.

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