
De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos lares brasileiros registrou uma alta de 2,63% no primeiro semestre de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. O crescimento de junho, em relação ao ano passado, foi de 2,83%, enquanto na comparação com maio deste ano, o indicador teve um avanço de 1,07%. Esses números, que refletem a atividade nos supermercados em todo o Brasil, foram ajustados pela inflação oficial, medida pelo IPCA/IBGE.

Marcio Milan, vice-presidente da Abras, destacou que, apesar da inflação ainda elevada no grupo de alimentos e bebidas, que subiu 3,69% no semestre, as famílias não reduziram significativamente o volume de consumo. "O desempenho demonstra a resiliência do consumidor brasileiro, que, mesmo diante de preços elevados, pesquisou preços e trocou marcas, mas manteve o consumo", afirmou Milan.
Uma análise mais detalhada de junho apontou mudanças no comportamento das famílias, com uma migração para produtos de menor preço ou opções intermediárias. Isso sugere que a melhora no mercado de trabalho e a circulação de recursos extras têm permitido escolhas menos restritivas. "As famílias têm encontrado mais flexibilidade nas compras, favorecendo a troca de marcas por alternativas mais acessíveis", completou Milan.
Deflação e os preços no Abrasmercado
O Abrasmercado, índice que acompanha 35 produtos de consumo frequente, registrou deflação de 0,43% em junho, com a cesta caindo de R$ 823,37 para R$ 819,81.
Apesar da queda mensal, o valor da cesta acumula alta de 3,18% no semestre e 9% em 12 meses.
Produtos como ovos (-6,58%), carne bovina (-0,64% a -1,17%), frango congelado (-0,47%), arroz (-3,23%), feijão (-0,49%) e leite longa vida (-0,25%) contribuíram para essa desaceleração.
