
Nesta terça-feira (26 de agosto), Campo Grande chegou aos 126 anos com um dado que parece discreto, mas fala alto: só em 2025, a cidade criou 1.704 empregos com carteira assinada no setor industrial. O número coloca a capital em segundo lugar no ranking estadual, atrás apenas de Três Lagoas.

Mais do que números, o que se vê é um movimento silencioso de transformação. A capital, antes vista como centro administrativo e político, começa a se afirmar também como um dos motores da indústria sul-mato-grossense.
Sérgio Longen, presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), acredita que Campo Grande entrou de vez no radar dos grandes investimentos. “A cidade tem mão de obra, logística, infraestrutura e vem se preparando para crescer ainda mais. Isso não é obra do acaso, é resultado de trabalho estratégico”, diz.
O setor industrial no Estado, que abrange áreas como construção civil, indústria de transformação, extrativa mineral e serviços industriais, já emprega diretamente mais de 167 mil trabalhadores. Só na indústria de transformação — que fabrica e processa produtos — são mais de 120 mil empregos formais, boa parte deles na capital.
Segundo Longen, a capital vive uma nova fase. “Precisamos olhar com atenção para o que já temos aqui: empresas de alimentos, de materiais de construção, de tecnologia, todas atuando com inovação. O desafio agora é abrir portas para novos mercados e agregar valor ao que já produzimos.”
Além da empregabilidade, a indústria tem impacto direto em outros setores da cidade. “Cada vaga criada representa consumo, renda, crescimento do comércio e aquecimento da economia como um todo”, avalia Ademar Silva Jr., secretário municipal de Desenvolvimento Econômico.
Ademar Silva Jr., secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, destaca que a indústria ajuda a diversificar a economia de Campo Grande e atrai novos investimentos.
Ademar também destaca que a diversificação da matriz produtiva é um diferencial da capital. “Campo Grande está deixando de depender de um único setor. Hoje, temos agro, serviços, tecnologia e indústria crescendo juntos. E isso torna nossa economia mais resistente a crises.”
O bom desempenho da indústria neste ano vem justamente quando o Brasil atravessa desafios econômicos em várias frentes. Para Longen, isso mostra o potencial regional. “Temos que nos posicionar. Campo Grande está no centro do país e pode ser um ponto de ligação com toda a América do Sul, ainda mais com o avanço da Rota Bioceânica.”
A aposta é que o crescimento se mantenha. Em 2024, Mato Grosso do Sul foi responsável por quase 9 mil vagas formais no setor industrial. Campo Grande respondeu por quase 20% desse total. Para 2026, a expectativa é ainda maior.
“É um presente à altura dos 126 anos da nossa cidade”, resume Ademar.
