
O comércio de Campo Grande está enfrentando um momento de incerteza. Muitos empresários têm evitado contratar novos funcionários ou investir nos seus negócios. O motivo principal é a queda na confiança de que a economia vai melhorar em breve.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) caiu pelo segundo mês seguido e ficou em 97,6 pontos em junho de 2025. Esse número, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que os comerciantes da capital estão mais pessimistas. Quando o índice fica abaixo de 100, é sinal de que os empresários estão mais preocupados do que confiantes.
Expectativa menor, menos ação - Em comparação com o mês de maio, o índice caiu 1,6%. Se comparado com junho do ano passado, a queda foi ainda maior: 9,6%.
Dentro do ICEC, um dos pontos que mais caiu foi o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), que caiu 6,1%. Esse número mostra como o empresário vê o momento atual da economia, do setor e do próprio negócio.
A economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS, explica: “Os empresários sentem que a economia ainda não melhorou de verdade. Mesmo com alguma esperança para o segundo semestre, como o Dia dos Pais e o fim do ano, o momento ainda é difícil, principalmente para os pequenos negócios.”
Contratar? Só se for com cuidado - Mesmo com o cenário mais complicado, 64,6% dos empresários ainda dizem que pretendem contratar funcionários nos próximos meses. Porém, a disposição de contratar caiu 4,2% em relação ao ano passado, ficando em 119,1 pontos.
Isso mostra que os comerciantes estão contratando com mais cuidado. Devem esperar datas específicas, como datas comemorativas, para reforçar as equipes — e ainda assim, de forma moderada.
Investimentos estão em pausa - Além das contratações, os investimentos também estão sendo adiados. Muitos empresários não querem reformar, comprar novos equipamentos ou ampliar seus negócios agora. A falta de confiança na economia faz com que eles prefiram esperar.
Esse comportamento é comum quando há incertezas. Se o comerciante não sente segurança de que as vendas vão melhorar, ele prefere não arriscar. Principalmente os pequenos empresários, que não têm tanta margem para erro.
Pesquisa ouviu lojistas de diferentes áreas - A pesquisa feita pela CNC ouviu empresários do comércio varejista de Campo Grande entre os últimos dias de maio. Foram entrevistados donos de empresas de vários tamanhos e setores.
Esses dados ajudam a entender como está o sentimento do setor e como isso pode afetar o emprego e os investimentos na cidade.
Esperança no segundo semestre, mas com os pés no chão - Apesar do momento difícil, alguns empresários ainda acreditam que o segundo semestre pode trazer resultados melhores, principalmente nas datas comemorativas. Mas, por enquanto, a maioria prefere manter a cautela. O foco está em manter o negócio funcionando, controlar os gastos e observar como a economia vai se comportar nos próximos meses.
