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ECONOMIA

Com 3 milhões de cartões já emitidos, Wise mira no público 50+ para crescer

O foco em potenciais clientes com 50 anos ou mais sucede a primeira alavanca de crescimento no Brasil que foi o "IOF"

20 julho 2025 - 09h30Jean Mendes e Karla Spotorno
Conhecida no Brasil pelas transações com moeda estrangeira, mira as pessoas com 50 anos ou mais para crescer.
Conhecida no Brasil pelas transações com moeda estrangeira, mira as pessoas com 50 anos ou mais para crescer. - (Foto: Wise/Divulgação)

A Wise, empresa global de tecnologia conhecida no Brasil pelas transações com moeda estrangeira, está mirando um novo público para crescer: as pessoas com 50 anos ou mais. Segundo Helene Romanzini, gerente de Marketing de Produto da Wise para América Latina, África e Oriente Médio, a aderência do novo público-alvo aos serviços da plataforma ainda é baixa, mas o potencial é muito alto.

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"Há uma gama muito grande de pessoas que a gente ainda quer atrair, que são as que continuam no cartão de crédito. Essas pessoas, normalmente, estão na faixa dos 50, 60, 70 anos e sentem que o cartão de crédito ainda é a forma mais segura porque sempre usaram. Outro relato que ouvimos é que elas não querem abrir outra conta em banco só para viajar'. Queremos mudar esse 'só para viajar', porque é possível manter dinheiro em outra moeda com rendimento" diz Romanzini, fazendo referência à estreia da Wise em produtos de investimento.

O foco em potenciais clientes com 50 anos ou mais sucede a primeira alavanca de crescimento no Brasil que foi o "IOF". O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi um chamariz e um grande atrativo da companhia para os brasileiros porque, na modalidade oferecida pela Wise, tem uma alíquota mais baixa. Em cartões de débito em moeda estrangeira como o da empresa, a alíquota do IOF é 1,1% sobre o saldo convertido de reais para outras moedas. Nos cartões de crédito oferecidos pelo mercado, é de 3,38% para as compras feitas no exterior.

"O nosso canhão de crescimento não vai mais ser o IOF. Agora, eu diria que o nosso principal atributo de aquisição é ter um cartão internacional que permite gastar dinheiro investido em um fundo 'assegurado' pelo governo britânico" diz a gerente de Marketing da Wise. Uma pesquisa interna da empresa mostra que o cliente vem pelo IOF mas fica pelas funcionalidades como acesso ao Pix e saldo em 40 moedas, com dólar, euro, libra, segundo Romanzin.

Investimentos

No início de julho, a Wise inaugurou a prateleira de investimentos ao lançar o "Rende +", uma espécie de cofrinho muito parecido com o que outras instituições de pagamento oferecem. Na Wise, o dinheiro do cliente fica aplicado em um fundo de investimento, gerido pela BlackRock que investe em títulos do governo britânico. A aplicação rende em libras esterlinas (GBP), euros (EUR) ou dólares americanos (USD), segundo Romanzini.

O Rende+, oferecido em parceria com a Genial Investimentos, não exige aplicação mínima nem período de carência e oferece acesso imediato aos recursos investidos. A aplicação tem liquidez imediata, cobrança de IOF (alíquota de 0,38%, que incide no momento da conversão de dinheiro para moeda estrangeira). Os recursos podem ser sacados utilizando, por exemplo, o cartão Wise Visa.

Em comunicado à imprensa, a empresa afirma que o Rende+ foi desenvolvido "a partir da análise dos hábitos financeiros dos usuários no Brasil. "Os dados mostram que 90% dos saldos mantidos pelos usuários brasileiros da Wise estão em moeda estrangeira, com 80% desses valores especificamente em dólares, euros ou libras esterlinas. O comportamento dos clientes indica que 68% convertem dinheiro quando necessário ou quando as taxas de câmbio são favoráveis, mantendo o saldo como forma de poupança nesse meio tempo", diz a nota da Wise.

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