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TENSÃO COMERCIAL

China ameaça retaliar se México elevar tarifas sobre importações de automóveis e outros produtos

Medida anunciada por autoridades mexicanas atinge exportações chinesas e é vista por Pequim como tentativa de agradar aos EUA

12 setembro 2025 - 13h35Dow Jones Newswires*
China ameaça retaliar caso o México avance com plano de elevar tarifas sobre importações de automóveis e produtos industriais
China ameaça retaliar caso o México avance com plano de elevar tarifas sobre importações de automóveis e produtos industriais - Foto: Sebastião Moreira/AE
ENERGISA

O governo da China emitiu um alerta direto ao México nesta quinta-feira (11), advertindo o país latino-americano a reconsiderar seus planos de aumentar tarifas de importação sobre produtos vindos de nações sem acordo comercial. A medida, caso confirmada, afetaria principalmente fabricantes chineses de automóveis e outros setores estratégicos, como têxteis, aço e eletrodomésticos.

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Em comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio chinês, o porta-voz da pasta afirmou que a decisão poderá provocar retaliações por parte de Pequim. Segundo ele, a iniciativa do México seria uma resposta à pressão dos Estados Unidos e um retrocesso no compromisso com o livre comércio.

“Em um momento em que o abuso de tarifas pelos EUA gerou ampla oposição global, os países devem fortalecer a comunicação e a coordenação para salvaguardar conjuntamente o livre comércio e o multilateralismo, em vez de sacrificar os interesses de terceiros por motivo de coerção”, disse o porta-voz chinês.

Proposta mexicana mira US$ 52 bilhões em importações

O governo mexicano anunciou esta semana que pretende elevar tarifas sobre uma ampla gama de produtos importados de países com os quais não possui acordos comerciais vigentes. A proposta faz parte de uma estratégia para fortalecer a indústria nacional e substituir importações oriundas da Ásia.

Se aprovada, a medida pode impactar mais de US$ 52 bilhões em importações, abrangendo automóveis, aço, calçados, brinquedos, eletrodomésticos e têxteis. A China, como principal parceiro comercial fora de acordos com o México, seria diretamente afetada.

O setor automobilístico é um dos mais vulneráveis. Os carros chineses já representam cerca de 20% das vendas de veículos novos no mercado mexicano, segundo dados oficiais.

China vê pressão dos EUA por trás da medida

Para Pequim, a movimentação mexicana estaria alinhada aos interesses dos Estados Unidos, que têm elevado sua retórica protecionista e imposto tarifas sobre produtos chineses em diversas frentes.

“Ações unilaterais desse tipo serão vistas como submissão à pressão dos EUA. E nós tomaremos as devidas medidas para proteger nossos direitos e interesses”, alertou o Ministério do Comércio da China.

Impacto nas relações comerciais

A possível escalada da tensão comercial entre México e China acende um alerta em meio ao frágil equilíbrio geopolítico global. Os dois países mantêm laços econômicos relevantes e são peças centrais em cadeias de suprimentos industriais interconectadas.

Para analistas, o movimento mexicano também reflete os desafios enfrentados por países que buscam equilibrar os interesses de seus principais parceiros comerciais — neste caso, os EUA e a China — em um cenário de disputas cada vez mais frequentes.

A decisão final sobre as tarifas ainda depende de trâmites internos no governo do México. No entanto, o tom adotado por Pequim indica que a questão poderá se transformar em um novo ponto de tensão no tabuleiro comercial global.

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