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ENERGIA LIMPA

China finaliza maior parque solar do mundo no Tibete e avança em transição energética

Projeto ocupa área do tamanho de Chicago e terá capacidade para abastecer 5 milhões de casas

31 agosto 2025 - 17h30AP*
Parque solar na meseta tibetana será o maior do mundo e poderá abastecer 5 milhões de residências.
Parque solar na meseta tibetana será o maior do mundo e poderá abastecer 5 milhões de residências. - Foto: Reprodução
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A China está prestes a concluir o maior parque solar do mundo, localizado na meseta tibetana e com 610 quilômetros quadrados de extensão — área equivalente ao tamanho da cidade de Chicago, nos Estados Unidos. O megaprojeto deve gerar eletricidade suficiente para abastecer 5 milhões de residências, tornando-se um marco no esforço do país em reduzir suas emissões de carbono e acelerar a transição para uma economia de baixo impacto ambiental.

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A construção integra uma estratégia ampla para aumentar a participação das energias renováveis na matriz energética chinesa. Apenas no primeiro semestre de 2025, o país instalou 212 gigawatts (GW) de capacidade solar, número que supera a capacidade total atual dos Estados Unidos, de 178 GW. Como resultado, as emissões de carbono chinesas caíram 1% nos seis primeiros meses deste ano, consolidando uma tendência de redução que começou em março de 2024.

Solar ultrapassa a eólica e lidera expansão

A energia solar já superou a eólica como principal fonte de eletricidade limpa no país. Especialistas avaliam que essa virada marca uma mudança estrutural no setor energético. Para Lauri Myllyvirta, analista do Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo, “pela primeira vez, a China está conseguindo reduzir suas emissões enquanto mantém o crescimento econômico”.

Mesmo com esse avanço, a dependência chinesa do carvão segue sendo um grande desafio. Li Shuo, diretor do China Climate Hub, alerta que a descarbonização completa ainda está distante. “As mudanças são promissoras, mas o país tem um longo caminho a percorrer na transição para uma economia de baixo carbono”, disse.

Benefícios ambientais e integração com a comunidade

Além da geração de energia, o projeto solar no Tibete traz ganhos ecológicos. Os painéis atuam como barreiras contra o vento, reduzem a evaporação do solo e favorecem o crescimento da vegetação local. A iniciativa também incorpora práticas de convivência com a comunidade, como o pastoreio de “ovelhas fotovoltaicas” — animais que circulam sob os painéis, ajudando a manter o solo fértil.

Desafios de infraestrutura

Para levar a eletricidade às áreas mais industrializadas do país, a China investe na construção de linhas de transmissão de longa distância. A adaptação da rede elétrica, tradicionalmente estruturada para plantas a carvão com produção constante, é apontada como um dos principais obstáculos para acomodar a intermitência das fontes renováveis, como a solar e a eólica.

Mesmo diante desses desafios, o novo parque solar simboliza o esforço chinês em assumir protagonismo na transição energética global. A iniciativa consolida a posição do país como líder na instalação de energia renovável, num momento em que pressões internacionais pela redução de emissões se intensificam.

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