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MP 1.130/2022

Caio Turqueto não vê a Medida Provisória que abre crédito ao vale gás, como solução de problema social

Para Antônio Carlos Turqueto (Caio), diretor-executivo da Copa Energia, a questão se arrasta desde o Governo FHC e única forma para solucioná-lo é a adoção de uma política econômica e social

25 julho 2022 - 11h50Da Redação
Antônio Carlos Turqueto (Caio), diretor-executivo da Copa Energia
Antônio Carlos Turqueto (Caio), diretor-executivo da Copa Energia - (Foto: Arquivo)

A decisão do Governo Federal de publicar na sexta-feira (22/07) a MP (Medida Provisória) 1.130/2022 que abre crédito extraordinário de R$ 27,094 bilhões em favor do Ministério da Cidadania e de Encargos Financeiros da União para bancar, entre outras coisas, o auxílio gás aos brasileiros não foi bem recebida pelo diretor-executivo da Copa Energia, Antônio Carlos Turqueto (Caio). "O botijão de gás é uma pequena parte do todo, um país rico como o nosso não pode ter milhões de famintos abandonados. Muitos não têm sequer como acessar os benefícios", declarou ao jornal "A Crítica".

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Para Caio Turqueto, o tecido social está sendo rasgado e ninguém tem dado a devida atenção ao fato. "Olhe para os lados, a Argentina vive uma eterna jornada errática, o Chile que não se apercebeu do que estamos falando e boa parcela do mundo repete o mesmo erro. Isto terá inequivocamente um preço a ser pago um dia e não podemos ignorar. Infelizmente, o botijão de gás virou um símbolo da carestia em que o Brasil mergulhou. Um produto que atinge 96% dos lares brasileiros, em um serviço maior que o saneamento básico e a energia elétrica", comparou. 

O diretor da Copa Energia, empresa que surgiu da aquisição da Liquigás pela Copagaz, reforça que o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) é e continuará sendo objeto de foco nas crises econômicas no Brasil. "Foi assim nas gestões dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, que criou o Vale-Gás, e Lula, que o incorporou no Bolsa Família, mas, sem endereçamento de verba ao produto, incorporou o valor ao benefício e sua aplicação fica por conta do beneficiário. Esse modelo do Lula se repete até hoje, o valor é incorporado e não endereçado ao uso do GLP", criticou.


Para Caio Turqueto, o tecido social está sendo rasgado e ninguém tem dado a devida atenção ao fato

Para ele, em razão disso e da profunda crise que assola, principalmente, as camadas de baixa renda no País, esse tema não sairá do discurso. "É um impasse que não tem solução sem uma política econômica e social que vise atacar a raiz da crise. Em ano político, só veremos discurso de todos os lados, nunca um projeto efetivo. O mundo está vivendo um momento delicado há mais de dois anos e isso não vai se resolver tão fácil e rapidamente, mas, também, não podemos ficar décadas assistindo a esse filme", analisou.

A MP

A MP com o crédito extraordinário está publicada no Diário Oficial da União (DOU) em edição extra na noite da última sexta-feira e era necessária para viabilizar a concessão dos benefícios depois que o Congresso Nacional aprovou e promulgou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que ampliou o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e criou novos benefícios às vésperas da eleição, todos temporários, com vigência até o fim do ano.

A PEC, articulada pelo Palácio do Planalto e sua base governista no Congresso, além de aumentar o valor mensal do Auxílio Brasil, também avaliza a concessão de bolsa caminhoneiro, bolsa taxista e o vale gás. Esse e o Auxílio são operacionalizados pelo Ministério da Cidadania, sendo que os benefícios para os motoristas serão liberados pelo Ministério do Trabalho e ambos começarão a ser pagos em agosto.

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