
Quase R$ 360 milhões foram sacados por brasileiros em abril por meio do Sistema de Valores a Receber (SVR), de acordo com balanço divulgado nesta terça-feira (10) pelo Banco Central. Apesar do volume expressivo, ainda restam R$ 9,74 bilhões esquecidos em bancos, consórcios e instituições financeiras, aguardando resgate.
Desde que foi criado, o sistema já devolveu mais de R$ 10,3 bilhões a pessoas físicas e jurídicas em todo o país. A consulta e solicitação dos valores são feitas pela internet, sem custos, e o processo é considerado simples. Mesmo assim, mais de 51 milhões de beneficiários ainda não retiraram os recursos a que têm direito.
O acesso ao SVR pode ser feito no site oficial do Banco Central. Para consultar se há dinheiro esquecido, basta informar CPF e data de nascimento ou, no caso de empresas, CNPJ e data de abertura. Não é necessário login para a consulta.
Caso existam valores disponíveis, o resgate exige conta Gov.br nos níveis prata ou ouro, com verificação em duas etapas ativada.
Quem tem direito - Podem ter valores esquecidos tanto pessoas físicas quanto empresas ativas ou encerradas. No caso de pessoas falecidas, o acesso é permitido a herdeiros, inventariantes, representantes legais ou quem constar em testamento.
Os recursos esquecidos incluem, por exemplo:
Saldo de contas-corrente ou poupança encerradas
Tarifas cobradas indevidamente
Valores de consórcios extintos
Créditos de cooperativas de crédito
Contas de pagamento encerradas
Parcelas de operações de crédito cobradas a mais
Outros valores que não foram resgatados pelo titular
Nova função: solicitação automática
Desde o mês passado, está disponível a opção de solicitação automática de resgate, exclusiva para pessoas físicas com chave Pix vinculada ao CPF. Com essa adesão, não é mais necessário entrar no sistema para verificar ou solicitar valores: caso apareça algum crédito, ele será depositado diretamente na conta.
A maioria dos que ainda não sacaram os valores esquecidos tem direito a montantes baixos. Dados do Banco Central mostram que:
63,83% dos beneficiários têm valores de até R$ 10
24,21% têm entre R$ 10,01 e R$ 100
10,11% têm entre R$ 100,01 e R$ 1.000
Apenas 1,85% têm mais de R$ 1.000 a receber
Desde o início do programa, 30,6 milhões de correntistas já realizaram saques — 27,8 milhões pessoas físicas e 2,7 milhões empresas.
Cuidado com golpes - O Banco Central reforça que o serviço é totalmente gratuito e que não entra em contato com cidadãos para tratar sobre valores a receber. O órgão alerta para golpes em que estelionatários tentam se passar por intermediadores, oferecendo supostos “facilitadores” de saque.
Também alerta que apenas a instituição financeira responsável pelo valor pode fazer contato com o cidadão — e nunca solicitará senhas, códigos ou informações pessoais. Nenhum tipo de link é enviado por mensagens, e os dados devem ser consultados exclusivamente no portal oficial.


