
Integração entre os países do bloco e avanço nas negociações internacionais marcaram a presidência do Brasil no Mercosul. É o que aponta comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) na noite deste sábado, ao fazer um balanço da cúpula realizada no dia 20 de janeiro, em Foz do Iguaçu (PR).
Segundo o Itamaraty, a gestão brasileira priorizou o aprofundamento da integração intrabloco e imprimiu “marcado dinamismo” às negociações extrarregionais. Entre os principais destaques está o acordo de parceria com a União Europeia, que teve os procedimentos internos concluídos pelo Mercosul, mas ainda depende de consenso político dentro das instâncias comunitárias europeias.
No documento, o governo brasileiro afirma que espera a conclusão dos trâmites internos da União Europeia para que o tratado possa, finalmente, ser assinado. O acordo é tratado como estratégico para ampliar o acesso a mercados e fortalecer o comércio entre os dois blocos.
A presidência brasileira também avançou em pautas internas consideradas sensíveis. De acordo com o comunicado, houve progresso nas negociações para viabilizar um acordo comum no setor automotivo e foram concluídos os termos de referência para a contratação de um estudo sobre o setor sucroalcooleiro no âmbito do Mercosul.
No campo das relações internacionais, a cúpula em Foz do Iguaçu marcou o lançamento das negociações para um acordo comercial com o Vietnã, além do início de conversas para uma parceria estratégica com o Japão. Os países do bloco também firmaram um acordo de cooperação voltado ao fortalecimento do combate ao tráfico de pessoas.
O texto do MRE ressalta ainda a importância econômica do Mercosul. Desde a criação do bloco, em 1991, o comércio intrabloco se multiplicou por mais de dez vezes, alcançando US$ 49 bilhões em 2024. O Mercosul também aparece como o principal destino de investimentos estrangeiros na América do Sul, concentrando 62,1% dos fluxos direcionados à região.
Além disso, o comunicado cita avanços em outras frentes de negociação comercial, como o relançamento das tratativas com o Canadá e progressos considerados relevantes nas conversas com os Emirados Árabes Unidos. Para o Itamaraty, esses movimentos reforçam o papel do Mercosul como plataforma de inserção internacional dos países-membros.

