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ADESÃO À AIE

Brasil inicia processo para se tornar membro pleno da Agência Internacional de Energia

Com aval do CNPE, governo brasileiro formaliza pedido de adesão plena à AIE e amplia atuação em temas estratégicos de energia global

15 setembro 2025 - 17h30Renan Monteiro
O presidente Lula durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) realizada e junho, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O presidente Lula durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) realizada e junho, com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. - (Foto: Wilton Junior/Estadão)
ENERGISA

O Brasil deu um passo importante na diplomacia energética internacional ao formalizar, no fim de julho, o início dos procedimentos para se tornar membro pleno da Agência Internacional de Energia (AIE). A decisão foi comunicada por meio de carta enviada à organização, em uma ação conjunta do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério de Minas e Energia (MME).

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A medida vem na esteira da aprovação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que, no início deste ano, autorizou a adesão brasileira como membro da agência. Atualmente, o Brasil é considerado um membro associado da AIE, status obtido em 2017. Nessa posição, o País participa de forma limitada em fóruns como comitês, grupos permanentes e de trabalho, mas sem poder de decisão plena.

Com a nova iniciativa, o governo brasileiro busca ampliar sua influência e presença em discussões estratégicas sobre o futuro da energia mundial. A entrada como membro pleno permitiria ao Brasil participar de decisões centrais da AIE, que conta atualmente com 32 países-membros.

O governo federal vê na adesão uma forma de consolidar seu papel nas agendas internacionais de energia e meio ambiente, especialmente em um momento em que o Brasil lidera o G20 e se prepara para sediar a COP30, a conferência do clima da ONU marcada para 2025.

A proposta é aprofundar o alinhamento do País com as diretrizes e práticas da AIE, fortalecendo a cooperação em áreas como segurança energética, transição para fontes renováveis, contabilidade de carbono, análise de políticas públicas, além da produção e intercâmbio de dados e estatísticas energéticas.

A entrada do Brasil como membro efetivo da AIE representaria um novo patamar de inserção global no setor energético. O status permitiria ao País ter voz ativa em decisões estratégicas, contribuindo e influenciando políticas que afetam diretamente o mercado de energia mundial.

Além disso, o Brasil passaria a integrar plenamente as iniciativas coordenadas pela agência, que atua como referência global na formulação de políticas energéticas sustentáveis, seguras e modernas.

A decisão final sobre a adesão brasileira ainda depende da aprovação do Conselho de Governadores da AIE. Não há um prazo oficial divulgado para a conclusão do processo, mas a expectativa é que as negociações avancem nos próximos meses, impulsionadas pelo protagonismo do Brasil nas pautas ambientais e energéticas.

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