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ECONOMIA

Bolsas dos EUA recuam após máximas históricas e investidores aguardam decisão do Fed

Índices em Nova York fecham no vermelho após forte início de sessão; balanços corporativos e política monetária dos EUA estão no centro das atenções

29 julho 2025 - 17h45Matheus Andrade, especial para o Broadcast
Bolsas dos EUA recuam após máximas históricas e investidores aguardam decisão do Fed
Bolsas dos EUA recuam após máximas históricas e investidores aguardam decisão do Fed - (Foto: Adobe Stock)

As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta terça-feira (29) em queda, mesmo após abrirem o dia renovando recordes históricos nos índices Nasdaq e S&P 500. Ao longo da sessão, o fôlego inicial dos investidores perdeu força, com o mercado voltando sua atenção para os balanços trimestrais das grandes empresas, as negociações comerciais dos Estados Unidos — principalmente com a China — e a expectativa sobre a próxima decisão do Federal Reserve, marcada para esta quarta-feira (30).

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O índice Dow Jones recuou 0,46%, aos 44.632,99 pontos. Já o S&P 500 caiu 0,30%, fechando aos 6.370,86 pontos. O Nasdaq também perdeu 0,38% no dia, encerrando em 21.098,29 pontos.

Com a temporada de balanços em seu momento mais intenso, os investidores reagiram a números mistos apresentados por grandes companhias americanas. A Boeing, por exemplo, caiu 4,37% mesmo com resultados melhores que o esperado, o que sugere uma leitura mais cautelosa sobre os desafios futuros da empresa.

A gigante de bens de consumo Procter & Gamble (P&G) também superou as expectativas, mas teve leve queda de 0,28% nas ações. Já a UnitedHealth decepcionou com lucro abaixo do previsto e redução na projeção de ganhos para o restante do ano, despencando 7,46% na sessão. A operadora de cartões Visa, que divulgou seus resultados após o fechamento, recuou 1,18% durante o pregão.

Apesar da realização de lucros nesta sessão, analistas da consultoria Capital Economics veem espaço para novas altas no mercado de ações norte-americano — embora de forma mais comedida. Eles apontam que os ganhos "mais fáceis" já ficaram para trás e que, a partir de agora, o desempenho das bolsas dependerá fortemente da continuidade dos bons resultados das big techs, especialmente nos segmentos ligados à inteligência artificial.

“Acreditamos que o entusiasmo com a IA e suas aplicações nas empresas americanas ainda pode sustentar a valorização, principalmente nas empresas de tecnologia”, afirma a consultoria.

A Capital Economics revisou sua projeção para o S&P 500: a meta anterior de 6.250 pontos para o fim de 2025 já foi superada. Agora, considera possível que o índice alcance 7.000 pontos antes mesmo do final de 2026. Apesar disso, o cenário ainda envolve incertezas, especialmente no campo geopolítico e nas relações comerciais entre EUA e China.

O mercado também aguarda com cautela a decisão do Federal Reserve sobre os rumos da política monetária americana. Embora não se espere uma alta de juros neste momento, qualquer sinalização sobre futuros cortes ou manutenção da taxa pode provocar novas reações nos ativos.

Além disso, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que serão divulgados nos próximos dias, podem trazer uma leitura mais clara sobre a força da economia e influenciar diretamente as expectativas de investidores em relação à trajetória dos juros e do consumo.

Em meio à combinação de lucros corporativos variados, incertezas sobre política monetária e tensões comerciais, os investidores preferiram adotar uma postura mais defensiva nesta terça-feira.

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