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ECONOMIA

Bolsa fecha em baixa de 0,62%, aos 99.675,68 pontos, antes da decisão do Copom

Assim, na expectativa para o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), o principal índice da B3 se acomodou abaixo dos 100 mil pontos nesta "superquarta", em ajuste negativo de 0,62%, aos 99.675,68 pontos

16 setembro 2020 - 16h54
O Ibovespa chegou a oscilar levemente para o positivo logo após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), quando os índices de Nova York acentuavam ganhos, mas voltou para o vermelho, também moderadament
O Ibovespa chegou a oscilar levemente para o positivo logo após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), quando os índices de Nova York acentuavam ganhos, mas voltou para o vermelho, também moderadament - (Foto: Agência Brasil)
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O Ibovespa chegou a oscilar levemente para o positivo logo após a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), quando os índices de Nova York acentuavam ganhos, mas voltou para o vermelho, também moderadamente, ainda durante a entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, que levou Wall Street a perder entusiasmo, em sinal misto no fechamento. Aqui, a atenção se dividiu com o noticiário doméstico, especialmente a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro deu sinal verde ao senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator do Orçamento de 2021, para que inclua na proposta um projeto de suporte à renda, após Bolsonaro ter decidido, na terça, colocar fim à ideia do Renda Brasil.

Assim, na expectativa para o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), o principal índice da B3 se acomodou abaixo dos 100 mil pontos nesta "superquarta", em ajuste negativo de 0,62%, aos 99.675,68 pontos, com mínima a 99.663,02, perto do fim da sessão, e máxima a 100.663,36 pontos, saindo de abertura a 100.298,86. O giro financeiro, muito fraco para um dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, totalizou R$ 22,6 bilhões. Na semana, o índice avança 1,33% e, no mês, 0,31%, enquanto as perdas no ano chegam a 13,81%.

Na entrevista coletiva que esfriou os ânimos em Wall Street, Powell apontou que, apesar de a economia ter se recuperado melhor do que o antecipado, alguns setores vão demorar mais tempo para retornar aos níveis de atividade que prevaleciam antes da pandemia. Ele voltou a defender que o Congresso americano faça a sua parte, por meio de estímulos fiscais - mas, com a aproximação da eleição americana, republicanos e democratas não dão sinais de que o impasse sobre o que deve ser feito venha a ser superado.

"A mensagem de Powell veio ainda em Jackson Hole, com a tolerância a uma inflação eventualmente acima da meta (de 2% ao ano), após tanto tempo de 'undershooting' (inflação abaixo da meta nas principais economias). Mas, como se trata da última reunião do Fed antes da eleição de novembro, havia expectativa reforçada para a comunicação", observa Roberto Attuch, CEO da Omninvest. A eleição ocorrerá no dia 3 de novembro, e o Fed volta a se reunir logo depois, nos dias 4 e 5 do mesmo mês.

Attuch considera que a eleição deste ano nos EUA se desenha com um potencial de incerteza sem precedentes. "Trump já disse que não aceitará derrota e colocou em questão o voto pelo correio. Os dois campos podem vir a não aceitar o resultado, com pedidos de recontagem de votos em Estados-chave ou mesmo podendo levar a decisão para a Justiça, o que implicaria um intervalo de dois ou três meses de indefinição. Seria Flórida 2000 à quinta potência", acrescenta Attuch, referindo-se à disputa eleitoral Bush-Gore do mesmo ano, em que o Estado peninsular foi o fator decisivo da disputa, sacramentada na Suprema Corte dos EUA - a contagem final deu vitória a Bush na Flórida por apenas 537 votos.

Nesta "superquarta" de decisões de política monetária nos EUA e no Brasil, a cautela marcou os negócios na B3 desde cedo, e após a falta de sinais novos do Fed que pudessem estimular o apetite por risco, as perdas se acentuaram mais no Nasdaq, que já acumula queda de 6,16% no mês, após um período de renovação de recordes no setor de tecnologia - nesta sessão, o índice fechou em baixa de 1,25%.

Passado o Fed, a atenção no Brasil se voltou para o Copom. "Esperamos que o BC mantenha a taxa de juros em 2%, aborde os choques de atividade e inflação ocorrendo, estreitando mais a porta para novos cortes no futuro, mas sem fechá-la totalmente", diz Betina Roxo, estrategista-chefe da Rico Investimentos. "Apesar de o quadro inflacionário ser bastante comportado, já existem alguns itens da cesta de consumo começando a esboçar resposta aos estímulos feitos até agora", acrescenta. "Ou seja: apesar de existir espaço para novos cortes de juros, o fato de algumas medidas de inflação já começarem a apontar para quadro de recuperação, bem gradual, é um primeiro indício de que o espaço (para redução adicional da Selic) é menor do que o que existia até agora."

Nesta sessão, as perdas do Ibovespa foram lideradas por um setor exportador, o de carnes, com Minerva em baixa de 3,61% e JBS, de 3,15%, puxadas por dólar em ajuste negativo de 0,96%, a R$ 5,2384, acumulando a moeda americana até aqui queda de 1,78% na semana e de 4,42% no mês. No lado oposto, beneficiadas pelo fator cambial na sessão, CVC subiu 4,12%, Azul, 3,78%, e Gol, 3,40%. Entre as blue chips, Petrobras PN subiu 0,28%, em dia de forte avanço do petróleo, enquanto Vale ON cedeu 2,60%. Os bancos tiveram desempenho misto e moderado, com Bradesco PN em alta de 0,20% e Itaú, em baixa de 0,29%.

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