O BNDES recebeu R$ 73,7 bilhões em 45 propostas de fundos de investimento na Chamada Pública de Mitigação Climática, voltada a projetos de descarbonização industrial, transição energética, adaptação climática, agricultura verde, restauração ecológica, reflorestamento e conservação de florestas. A seleção será concluída em janeiro.
“A nossa ideia era entrar com R$ 5 bilhões e conseguir R$ 15 bilhões, mas a demanda foi gigantesca. É a economia do futuro e o interesse é enorme”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante, durante entrevista à reportagem do Estadão/Broadcast em Belém, na Casa BNDES montada para a COP-30.
O banco pretende selecionar até cinco fundos de equity, com aporte total de R$ 4 bilhões, e até dois fundos de crédito, recebendo R$ 500 milhões cada, totalizando R$ 5 bilhões. A chamada inclui duas modalidades: a de Apoio à Transformação Ecológica — com foco em transição energética, descarbonização e agricultura verde — e a de Soluções Baseadas na Natureza (SBN), voltada a reflorestamento, agroflorestas, manejo florestal sustentável e preservação de ecossistemas.
A iniciativa integra a estratégia do BNDES Participações S.A. (BNDESPar) de retomar investimentos em renda variável. O Banco pretende investir até R$ 10 bilhões, sendo metade em fundos de investimento e metade em investimentos diretos em empresas até dezembro. Atualmente, a BNDESPar possui R$ 8,4 bilhões comprometidos em fundos; a nova chamada pode elevar esse montante em até 60%, reforçando sua atuação como principal catalisador de financiamento verde no país.
Entre os investimentos diretos já realizados, o BNDES aplicou recursos na empresa de bioeconomia Santa Catarina e na EVE, da Embraer, empresa de veículos voadores. “Na EVE colocamos R$ 450 milhões, trouxemos a fábrica para Taubaté e ainda mais R$ 1,2 bilhão em crédito”, acrescentou Mercadante, destacando que novos aportes serão anunciados em breve.
O resultado da chamada será divulgado ainda hoje durante a inauguração do pavilhão do BNDES na COP-30, na Green Zone, com a participação de Aloizio Mercadante, da diretora Socioambiental Tereza Campello e do diretor de Planejamento e Relações Institucionais Nelson Barbosa.
