
A Black Friday de 2025 se aproxima com uma promessa de movimentar R$ 354 milhões no comércio de Mato Grosso do Sul. O número foi revelado por uma pesquisa feita pelo Sebrae/MS, em parceria com o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS. Apesar da cifra alta, ela representa uma queda de 18% em relação ao ano passado. O motivo parece estar no comportamento mais cauteloso dos consumidores, que continuam interessados, mas compram com mais atenção.
Mesmo com a redução no total estimado, a oportunidade ainda é vista como valiosa. O Sebrae/MS acredita que, com planejamento, o período pode ser decisivo para pequenos negócios. O analista-técnico Paulo Maciel destaca que é hora dos empreendedores organizarem o estoque, reforçarem a divulgação e, acima de tudo, oferecerem um bom atendimento. “Há clientes que optam por comprar presencialmente. Nesse caso, o atendimento pode ser o diferencial”, diz.
A pesquisa mostra que 52% das pessoas ouvidas pretendem comprar na Black Friday. A maioria vai usar a internet para isso: 78% devem fazer as compras online. Já 23% vão buscar ofertas em lojas físicas. Quando saem de casa, a maior parte dos consumidores escolhe o centro da cidade. Depois vêm os shoppings, as galerias e, por fim, o comércio dos bairros.
Para quem vende, entender o que o público quer pode ajudar a montar a vitrine. Os produtos mais desejados este ano são itens voltados ao trabalho. Eles lideram a lista com 21% das intenções. Notebooks e computadores vêm logo depois, com 20%. Móveis, eletrodomésticos e eletrônicos somam 19%. Tablets e celulares aparecem com 14%. Há ainda os que ainda não decidiram o que comprar, cerca de 10%.
O gasto médio previsto é de R$ 454,73. Boa parte dos consumidores pretende gastar entre R$ 300 e R$ 400 ou entre R$ 200 e R$ 300. Entre os perfis, a maioria dos entrevistados é formada por trabalhadores com carteira assinada, que representam 51%. Depois vêm empresários, autônomos e servidores públicos.
A economista do IPF/MS, Ludmila Velozo, explica que a data ainda é relevante por causa do tráfego digital elevado e da preparação que os consumidores fazem. “O que observamos este ano é um comportamento mais racional. As pessoas comparam preços, escolhem o que realmente precisam e buscam descontos que valem a pena”, afirma.
Do lado dos que não vão comprar, o principal motivo é a desconfiança. Mais da metade dos que não pretendem gastar (53%) disseram não acreditar nos descontos. A instabilidade econômica também influencia. Outros fatores citados foram o receio de gastar e a falta de dinheiro.
A pesquisa foi feita entre os dias 3 e 8 de novembro. Ao todo, 1.982 pessoas foram ouvidas em sete cidades: Campo Grande, Bonito, Dourados, Coxim, Corumbá/Ladário, Ponta Porã e Três Lagoas. A margem de erro vai de 5% a 6%, com 95% de confiança.
Com todos os dados à mão, o recado para os pequenos empresários é claro: quem se prepara melhor pode fazer da Black Friday uma chance real de aumentar o faturamento, mesmo num cenário mais prudente.


