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20 de setembro de 2025 - 14h16
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ECONOMIA

Big Techs criticam projeto de regulação econômica enviado pelo governo ao Congresso

Associação Latino-Americana de Internet alerta para risco de insegurança jurídica e aumento de custos com PL 4675/2025, que cria regras específicas para plataformas digitais

20 setembro 2025 - 11h50Circe Bonatelli
Big techs não concordam com projeto de regulação proposto pelo governo brasileiro
Big techs não concordam com projeto de regulação proposto pelo governo brasileiro - ( Foto: Dongyu Xu/Adobe Stock)
ENERGISA

A Associação Latino-Americana de Internet (Alai), que reúne 12 multinacionais de tecnologia como Google, Meta, Amazon, Mercado Livre e TikTok, criticou nesta semana o Projeto de Lei 4675/2025, encaminhado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Congresso Nacional.

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A proposta cria uma categoria regulatória específica para empresas digitais com faturamento acima de R$ 5 bilhões no Brasil ou R$ 50 bilhões no mundo, que passarão a ser monitoradas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por meio de uma nova Superintendência de Mercados Digitais.

Em nota, a associação afirmou que o projeto “altera de forma estrutural a política concorrencial no País” e pode gerar distorções e insegurança jurídica. “Não existem mercados digitais apartados do restante da economia. Todos os setores, do agronegócio ao varejo, utilizam tecnologias digitais em seus modelos de negócio”, destacou a entidade.

A Alai também questionou:

  • faixa de corte de receita e critérios genéricos, que abririam espaço para designações casuísticas;
  • obrigações onerosas, como interoperabilidade, portabilidade de dados e auditorias independentes;
  • risco de politização e judicialização, ao permitir que diferentes órgãos provoquem processos de designação imediatos no Cade.

Segundo a entidade, o modelo brasileiro se inspira em legislações europeias como o Digital Markets Act (DMA) e o Digital Markets, Competition and Consumer Act (DMCC), que, na avaliação da Alai, ainda não mostraram benefícios concretos e teriam até prejudicado startups e consumidores ao aumentar custos e restringir inovações.

O Ministério da Fazenda defende que a proposta trará “economia processual” ao Cade, permitindo prazos mais claros e maior agilidade na análise de condutas anticompetitivas.

Para o diretor de programa da Secretaria de Reformas Econômicas, Alexandre Ferreira, o projeto busca garantir que o órgão consiga agir a tempo e aplicar os remédios corretos em casos de abusos de mercado.

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