
Banco Central (BC) autorizou nesta segunda-feira (13) um aumento de capital de R$ 840 milhões em duas instituições do Grupo Master, um mês após barrar a tentativa de aquisição pelo Banco de Brasília (BRB).

O Banco Master Múltiplo receberá R$ 420 milhões, enquanto o Will Bank, braço digital do grupo, terá R$ 419 milhões. Com os aportes, o capital social do Master sobe para R$ 1,586 bilhão, e o da Will Financeira alcança R$ 789 milhões.
A capitalização acontece após a rejeição, no início de setembro, da compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Banco Master pelo BRB, operação avaliada em R$ 2 bilhões. O negócio foi vetado pelo BC após análise regulatória e questionamento do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apontou irregularidades processuais.
O Grupo Master enfrenta desconfiança do mercado devido à sua política de captação agressiva, oferecendo rendimentos acima da média, em alguns casos até 140% do CDI, lastreados em ativos de risco, como precatórios. Esse modelo levou a investigações do MPDFT e do Ministério Público Federal, além da adoção de regras mais rígidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), incluindo limites para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e aumento de contribuições de bancos com maior risco.
Mesmo com as restrições, o grupo manteve o plano de reforço patrimonial, somando R$ 2,84 bilhões em capital injetado ao longo do ano. A aprovação do BC visa estabilizar as finanças do conglomerado, garantindo liquidez e possibilitando a continuidade das operações, desde que atendidas as novas regras prudenciais.
