
O Banco Central decidiu nesta quarta-feira (10) manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano. A decisão foi unânime entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) e já era esperada pelo mercado financeiro. Este é o quarto encontro consecutivo em que a taxa se mantém no patamar mais alto desde julho de 2006.
A medida reflete um cenário de inflação em desaceleração, mas também de incertezas na economia brasileira e no cenário externo. O IPCA de novembro ficou em 0,18% — o menor para o mês desde 2018 — e o acumulado em 12 meses caiu para 4,46%, dentro do teto da meta contínua de inflação, que é de 4,5%.
Apesar da melhora dos indicadores, o BC ainda adota postura cautelosa e não sinalizou quando pode iniciar um novo ciclo de cortes. A autoridade monetária aguarda mais segurança de que a inflação seguirá sob controle antes de reduzir os juros.
No modelo atual, a meta de inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A inflação de novembro, ainda que controlada, ficou perto do teto, o que exige atenção do BC.
Com a Selic mantida em 15%, o crédito continua caro e o consumo desacelerado, o que afeta o crescimento da economia. O Banco Central revisou para baixo sua projeção de crescimento do PIB para 2025, de 2,1% para 2%. Já o mercado projeta uma expansão de 2,25%, segundo o boletim Focus.
A Selic elevada também torna o Brasil mais atraente para investidores, por oferecer maior retorno em renda fixa, mas isso pode pressionar a atividade econômica e o orçamento das famílias.

