
O Banco Central (BC) revisou para cima suas expectativas para a economia brasileira. Segundo o Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado nesta quinta-feira (18), a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 subiu de 2,0% para 2,3%. O ajuste reflete um desempenho acima do esperado no terceiro trimestre e, principalmente, um otimismo renovado com o setor agropecuário.
A nova previsão coloca o BC em sintonia com a mediana do Relatório Focus (2,25%). A autoridade monetária explicou que a revisão das séries históricas e a reavaliação do desempenho do quarto trimestre foram fundamentais para a atualização dos modelos.
Raio-X das Projeções (2025 vs. 2026) - Os ajustes feitos pelo Banco Central mostram uma mudança na dinâmica do crescimento, com o campo ganhando ainda mais relevância no próximo ano:
PIB pela Ótica da Oferta (Setores)
- Agropecuária: Salto de 9,0% para 11,0% em 2025. Para 2026, a projeção caiu de 1,0% para 0,5%.
- Indústria: Aumento de 1,0% para 1,6% em 2025. Em 2026, a previsão subiu de 1,4% para 1,9%.
- Serviços: Leve ajuste de 1,8% para 1,7% em 2025. Em 2026, subiu de 1,5% para 1,6%.
PIB pela Ótica da Demanda
- Consumo das Famílias: Revisado para baixo em 2025 (de 1,8% para 1,5%), mas levemente para cima em 2026 (1,4% para 1,5%).
- Consumo do Governo: Forte ajuste em 2025, passando de 0,5% para 2,0%.
- Investimentos (FBCF): Expectativa de alta de 3,8% em 2025 e 1,0% em 2026.
Análise para 2026: Crescimento Moderado - Para 2026, o BC projeta uma expansão de 1,6% (ante 1,5% da projeção anterior). Apesar do leve aumento, o número reflete uma desaceleração em relação a 2025. A autoridade monetária destaca quatro fatores principais para esse cenário:
Juros Restritivos: A expectativa de manutenção da Selic em patamares elevados para controlar a inflação.
Ociosidade Baixa: Fatores de produção operando próximos do limite.
Cenário Externo: Perspectiva de desaceleração da economia global.
Ausência do Impulso Agro: O setor não deve repetir em 2026 o crescimento extraordinário de 11% esperado para 2025.
O Banco Central também mencionou que a dinâmica de 2026 poderá ser influenciada por medidas de impacto na demanda, como a isenção ou descontos no IRPF para faixas iniciais de renda, que podem dar fôlego ao consumo.

