
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,842 bilhões em novembro de 2025, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). O resultado, embora inferior ao saldo de outubro (US$ 6,964 bilhões), superou a expectativa de analistas de mercado, cuja mediana previa superávit de US$ 5,539 bilhões.
O saldo foi resultado de exportações que somaram US$ 28,515 bilhões contra importações de US$ 22,673 bilhões. A variação positiva das exportações, de 2,4% em relação a novembro de 2024, teve forte contribuição do setor agropecuário, que apresentou alta expressiva de 25,8%, alcançando US$ 1,16 bilhão.
Indústria extrativa registra queda nas exportações - Apesar do desempenho da agropecuária, houve retração significativa nas exportações da indústria extrativa, com queda de 14%, fechando o mês em US$ 1,06 bilhão. Já a indústria de transformação, responsável por uma fatia relevante da pauta exportadora, cresceu 3,7% em novembro, somando US$ 570 milhões.
No campo das importações, o país registrou crescimento de 7,4% na comparação anual. A agropecuária importou 5,4% a menos, totalizando US$ 20 milhões, enquanto a indústria extrativa também apresentou recuo, de 18,1%, com US$ 210 milhões importados. Em contrapartida, a indústria de transformação teve alta de 9,3%, alcançando US$ 1,79 bilhão.
Desempenho no acumulado do ano - No acumulado entre janeiro e novembro de 2025, a balança comercial brasileira registra superávit de US$ 57,839 bilhões. O número representa uma queda de 16,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando o superávit foi de US$ 69,540 bilhões.
As exportações no período somaram US$ 317,821 bilhões, com leve crescimento de 1,8% em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior (US$ 312,165 bilhões). Já as importações cresceram 7,2%, subindo de US$ 242,624 bilhões em 2024 para US$ 259,983 bilhões em 2025.
O desempenho reflete, em parte, o aumento da demanda interna por produtos industrializados e insumos, além de uma movimentação mais aquecida no setor de transformação.
Tendência de desaceleração - Mesmo com o resultado acima do previsto para novembro, o desempenho anual aponta uma tendência de desaceleração do saldo comercial, impulsionada principalmente pela elevação das importações ao longo do ano. O aumento nas compras externas, embora indique reaquecimento do consumo e da atividade produtiva, pressiona o saldo final da balança.
A expectativa é que os dados de dezembro confirmem esse movimento, com o superávit anual ficando abaixo dos números registrados em 2024, ainda que mantendo uma margem positiva robusta.

