
A companhia aérea Azul registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 475,8 milhões no segundo trimestre de 2025, uma redução de 29% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os dados divulgados pela empresa nesta quinta-feira, 14. Embora ainda enfrente dificuldades financeiras, a companhia mostra avanços no processo de recuperação judicial, iniciado em maio, com expectativa de encerramento para dezembro.

Durante entrevista coletiva, o presidente da Azul, John Rodgerson, afirmou que o processo de reestruturação no Chapter 11 está progredindo rapidamente e que, até o final do ano, a companhia planeja concluir a reestruturação de sua dívida. Ele também enfatizou que a empresa está focada em simplificar sua malha aérea, concentrando-se em cidades com alta demanda não atendida, sem competir diretamente com as principais concorrentes.
A Azul também deu um passo importante no processo de recuperação ao firmar um acordo com a AerCap, a maior arrendadora de aeronaves da empresa. A expectativa é que o acordo proporcione uma economia de mais de US$ 1 bilhão na operação de frota. Rodgerson tranquilizou os investidores, afirmando que a empresa não precisará levantar capital adicional para concluir o processo de recuperação, mas poderá buscar o mercado para melhorar as condições de suas dívidas.
Apesar do cenário desafiador, a companhia registrou uma alta de 17,5% na sua capacidade operacional no segundo trimestre, impulsionada principalmente pelo crescimento de 36,8% nas operações internacionais, após a escassez de peças e motores de aviões no ano passado, que havia forçado a Azul a reduzir voos internacionais. As operações domésticas também cresceram 12,9%.
A Azul planeja retirar cerca de 30 aeronaves da sua frota como parte da reestruturação, sendo que a maioria desses aviões já está fora de operação, mas a companhia ainda arca com seus aluguéis. Ao mesmo tempo, a empresa espera receber novas aeronaves da Embraer e da Airbus, o que deverá reduzir o tamanho da frota em cerca de 20 aviões até o fim da reestruturação.
Em relação às entregas de aeronaves da Embraer, Rodgerson mencionou que a Azul está negociando com a fabricante sobre as entregas de aviões previstos para o próximo ano, ajustando as encomendas à nova estratégia de crescimento mais moderado. A companhia tem atualmente 51 aeronaves da família E2 encomendadas e estuda se continuará recebendo esse modelo ou se optará por aeronaves mais antigas da Embraer.
No entanto, apesar do prejuízo, a Azul registrou um recorde na receita operacional do segundo trimestre, com R$ 4,9 bilhões, um aumento de 18% em relação ao ano passado. O Ebitda também apresentou crescimento de 8,6%, totalizando R$ 1,1 bilhão, indicando que a companhia tem conseguido aumentar sua eficiência e gerar mais receita, apesar das dificuldades financeiras.
A recuperação da Azul parece estar no caminho certo, mas o desafio de manter sua sustentabilidade financeira enquanto reestrutura sua frota e operações continua sendo um tema central para os próximos meses.
