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ECONOMIA

Alta do IOF acende alerta no setor de transporte de cargas no Estado, avalia presidente do Setlog/MS

Setlog/MS critica aumento do imposto e teme agravamento da crise no setor produtivo

23 junho 2025 - 15h30Carlos Guilherme
Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS, critica aumento do IOF e alerta para os impactos no setor de transporte de cargas.
Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS, critica aumento do IOF e alerta para os impactos no setor de transporte de cargas. - (Foto: Divulgação)

O recente aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo Governo Federal, gerou forte reação no setor de transporte de cargas e logística. Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS), a medida representa um novo obstáculo para um segmento que já enfrenta sérias dificuldades desde a pandemia.

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Segundo Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS, o reajuste no IOF pode agravar ainda mais a crise que afeta empresas que dependem de crédito para manter suas operações. “Estamos vivendo um colapso silencioso. O setor produtivo já estava mergulhado em seu pior momento, e a reforma tributária veio como um segundo golpe. Agora, o aumento do IOF representa o desmonte final”, declarou Cavol.

Impacto direto na atividade econômica - O transporte de cargas é peça fundamental para o funcionamento da economia. As empresas do setor utilizam crédito para investir na renovação da frota, na compra de equipamentos e para garantir o capital de giro. Com o custo financeiro mais alto, operações básicas ficam inviáveis para muitas companhias, o que pode resultar em cortes, demissões e até fechamento de negócios.

Cláudio Cavol avalia que a medida atinge não apenas o transporte, mas provoca uma reação em cadeia. “O aumento do IOF eleva o custo do frete, o que acaba sendo repassado ao preço dos produtos. No fim, quem paga essa conta é o consumidor”, explica.

Outro ponto destacado pelo Setlog/MS é a ausência de diálogo entre o governo federal e os representantes do setor produtivo. Cavol ressalta que decisões dessa magnitude não podem ser tomadas de forma unilateral. “Não é possível que se tomem decisões dessa magnitude sem ouvir quem gera emprego e faz a roda da economia girar. O aumento do IOF não é ajuste fiscal — é um ataque à sobrevivência de milhares de empresas”, afirma.

Para o presidente do sindicato, a falta de previsibilidade e o aumento constante da carga tributária reduzem a competitividade do país e afastam novos investimentos. “Tudo aumenta, nada reduz. Aumentar imposto em um país que já tem uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo é afundar ainda mais quem produz. O transporte é o motor da economia, e estão jogando areia nesse motor”, diz Cavol.

Ele também alerta que a política fiscal precisa ser conduzida com responsabilidade, para evitar que o ambiente de negócios se deteriore ainda mais. “Sem previsibilidade, sem incentivo e com impostos sufocando, o Brasil perde competitividade e afasta investimentos. O prejuízo será de todos”, conclui.

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