
Em 2025, o salário mínimo no Brasil será de R$ 1.502, conforme estabelecido pelo Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) divulgado ontem (15). Esse aumento representa uma elevação de pouco mais de 6% em relação ao valor atual de R$ 1.412. Apesar de refletir uma política de correções acima da inflação, a realidade enfrentada pelas famílias, especialmente em Campo Grande, mostra um cenário mais desafiador, principalmente no que diz respeito ao valor dos produtos alimentícios.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) de março, o custo médio da cesta básica para uma família de quatro pessoas na capital de Mato Grosso do Sul é de R$ 2.190,06. Este valor destaca a discrepância entre o aumento do salário mínimo e os gastos essenciais de alimentação.
Produtos alimentícios estão cada vez mais caros - (Foto: Arquivo)
A nova política de valorização do mínimo busca ajustar o valor pela soma do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. No entanto, mesmo com previsões de crescimento do PIB de 2,80% em 2025, o aumento salarial previsto parece insuficiente para cobrir as necessidades básicas.
No campo dos preços dos alimentos, a variação tem sido uma montanha-russa devido a fatores climáticos e de mercado. Em março de 2024, por exemplo, o preço do tomate viu um aumento significativo de 23,91% em relação ao ano anterior, destacando a volatilidade que os consumidores enfrentam regularmente.
Outros produtos básicos como carne bovina e batata também registraram variações importantes. A carne, com uma redução de 8,54% nos preços, e a batata, que caiu 24,22% após um período de alta devido a excesso de chuvas, ilustram como os itens essenciais podem oscilar fortemente no mercado. Campo Grande hoje é a sexta Capital do País com o valor da cesta básica mais cara, custando em média R$ 730,02.
Este cenário levanta uma questão crítica sobre a eficácia das políticas de ajuste salarial frente ao custo real de vida. Enquanto o governo projeta um salário mínimo de R$ 1.582 para 2026 e aumentos subsequentes até 2028, a capacidade deste aumento em manter o poder de compra das famílias mais vulneráveis permanece questionável.
