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RECEITA FEDERAL

Arrecadação federal cresce 4,57% em julho e atinge R$ 254 bilhões, melhor resultado em um ano

Alta foi impulsionada por IRPF, IRPJ e receitas com royalties; desonerações somaram R$ 10 bilhões no mês

21 agosto 2025 - 09h55Giordanna Neves e Flávia Said
Arrecadação de julho teve avanço real de 4,57% e atingiu o melhor desempenho mensal desde 2024, segundo a Receita Federal
Arrecadação de julho teve avanço real de 4,57% e atingiu o melhor desempenho mensal desde 2024, segundo a Receita Federal - (Foto: ABrasil)

A Receita Federal informou que a arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 254,22 bilhões em julho de 2025. O resultado representa um crescimento real de 4,57% em relação a julho do ano passado, quando o valor arrecadado foi de R$ 231,04 bilhões (já corrigidos pela inflação).

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Na comparação com junho deste ano, que teve arrecadação de R$ 234,59 bilhões, a alta foi de 8,09%. Segundo a Receita, este foi o melhor resultado para o mês de julho desde 2024.

O que explica o aumento da arrecadação? - De acordo com o Fisco, o bom desempenho de julho reflete a influência de fatores macroeconômicos e o crescimento no recolhimento de tributos como o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), com destaque para as quotas da declaração anual.

Também houve aumento significativo no recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com avanço real de 15,6% nas estimativas mensais. Esses tributos foram reforçados por valores atípicos, que chegaram a R$ 3 bilhões no período.

Outro destaque foi o crescimento de 23,32% no Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre rendimentos pagos a residentes no exterior. Os principais responsáveis por essa alta foram os pagamentos referentes a royalties, serviços de assistência técnica, rendimentos do trabalho e juros sobre capital próprio.

Expectativa do mercado - O valor arrecadado superou levemente a mediana das projeções feitas por instituições financeiras ouvidas pelo Projeções Broadcast, que era de R$ 252,5 bilhões. As estimativas variavam de R$ 232 bilhões a R$ 271,03 bilhões.

De janeiro a julho de 2025, a arrecadação federal atingiu R$ 1,679 trilhão, representando aumento real de 4,41% em relação ao mesmo período de 2024, quando o total arrecadado foi de R$ 1,529 trilhão.

Entre os fatores que influenciaram o resultado, a Receita destacou:

aumento no recolhimento do IOF, devido a mudanças na legislação do tributo;

melhora na arrecadação do PIS/Cofins, especialmente sobre produtos importados e receitas de instituições financeiras;

alta nas receitas do Imposto de Importação e do IPI vinculado à importação, puxadas por variações na taxa de câmbio e alíquotas;

elevação na contribuição previdenciária, resultado do desempenho das empresas do Simples Nacional e da redução nas desonerações da folha de pagamento.

Desonerações em queda - As renúncias fiscais concedidas pelo governo em julho somaram R$ 10,06 bilhões, ligeiramente abaixo do registrado no mesmo mês de 2024, que foi de R$ 10,12 bilhões, em valores corrigidos.

No acumulado de 2025, as desonerações chegaram a R$ 70,85 bilhões, também inferiores ao total do mesmo período de 2024, que foi de R$ 72,34 bilhões.

A política de desoneração da folha de pagamento, que está em vigor desde 2011, foi tema de disputa entre o Executivo e o Legislativo. A medida substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por alíquotas entre 1% e 4,5% sobre o faturamento bruto das empresas, dependendo do setor.

No ano passado, o governo vetou a prorrogação do benefício para 17 setores da economia e enviou uma medida provisória propondo a reoneração gradual.

Sem apoio no Congresso, o Executivo concordou em transformar o texto em projeto de lei com urgência constitucional. A proposta avançou após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que cobrou uma compensação fiscal. O projeto foi sancionado em setembro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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