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21 de setembro de 2025 - 19h58
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FRAUDE DO INSS

Aposentada de 72 anos usada como laranja em fraude do INSS já responde a mais de 200 processos

Moradora de Fortaleza acreditava ter feito empréstimo de R$ 1,5 mil, mas acabou registrada como presidente de associação suspeita de desviar R$ 275 milhões

21 setembro 2025 - 17h40Redação
Prédio da sede do INSS, órgão que investiga a AAPEN após R$ 275,2 milhões em descontos indevidos apurados pela PF, CGU e MPF.
Prédio da sede do INSS, órgão que investiga a AAPEN após R$ 275,2 milhões em descontos indevidos apurados pela PF, CGU e MPF. - (Foto: AngelaMacario)
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Uma aposentada de 72 anos, moradora de Fortaleza, foi parar no centro de um esquema de fraude milionária contra o INSS. Francisca da Silva de Souza, analfabeta e com renda de R$ 900, afirma ter assinado um contrato pensando contratar um empréstimo de R$ 1,5 mil. O documento, no entanto, a transformou em presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN), investigada por desviar R$ 275 milhões em descontos indevidos em benefícios previdenciários.

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Após a assinatura, Francisca começou a receber notificações judiciais e hoje já responde a mais de 200 processos relacionados ao caso. Em alguns deles, chegou a ter bens bloqueados pela Justiça, mesmo vivendo de uma aposentadoria mínima.

A Defensoria Pública do Ceará entrou com ação para retirá-la formalmente da presidência da entidade e argumenta que ela foi usada como “laranja” no esquema. “Trata-se de uma vítima que foi induzida a erro e agora sofre consequências de uma fraude de grande proporção”, defende a instituição.

As investigações estão sendo conduzidas pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF). Há indícios de que o esquema envolvia o pagamento de propina a servidores do INSS para permitir a realização dos descontos nos benefícios de milhares de segurados.

Enquanto as apurações avançam, Francisca tenta provar sua inocência e busca recuperar os valores descontados indevidamente de sua aposentadoria. “Ela é mais uma vítima de um sistema que se aproveita da vulnerabilidade de pessoas simples”, reforça a Defensoria.

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