
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (26) a minuta do edital do Leilão dos Sistemas Isolados de 2025, voltado para o fornecimento de energia a locais não conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A medida tem como objetivo garantir o abastecimento elétrico de 11 localidades da Amazônia Legal, situadas em municípios do Amazonas (10) e do Pará (1).

O processo licitatório busca soluções inovadoras e sustentáveis para atender essas regiões, que hoje dependem majoritariamente de termoelétricas a óleo diesel, fonte mais cara e poluente. A nova modelagem estimula a participação de fontes renováveis e centrais híbridas, unindo tecnologia e sustentabilidade em uma região sensível do ponto de vista ambiental.
Leilão será realizado em setembro de 2025
De acordo com o cronograma definido pela Aneel, o leilão está previsto para setembro de 2025, com início do suprimento programado para dezembro de 2027 ou dezembro de 2030, dependendo do projeto vencedor. O contrato terá validade de 180 meses (15 anos), período considerado ideal para garantir retorno ao investimento e estabilidade no fornecimento.
Segundo informações da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foram cadastrados 241 projetos, representando 80 soluções de suprimento, com potência total de 1.870 megawatts (MW).
As centrais termoelétricas somam 39% da potência cadastrada, enquanto as centrais híbridas (que combinam termoelétricas e sistemas fotovoltaicos, com ou sem armazenamento de energia) representam 61% do total.
Exigência mínima de energia renovável
Pela primeira vez, o leilão conta com um critério de renovabilidade que estabelece participação mínima de 22% da energia gerada a partir de fontes renováveis ou gás natural, podendo incluir soluções de armazenamento, como baterias.
Além disso, todas as 11 centrais termoelétricas a diesel cadastradas utilizarão mistura de biodiesel acima do percentual obrigatório, o que representa um avanço em termos de redução de emissões.
A adoção dessas exigências demonstra o esforço do governo em reduzir a dependência de combustíveis fósseis e em promover a transição energética na Amazônia, onde o impacto ambiental e logístico das fontes convencionais é ainda mais crítico.
Amazônia terá prioridade no abastecimento sustentável
O edital da Aneel beneficia localidades sob concessão da Amazonas Energia e da Equatorial Pará Distribuidora de Energia. São comunidades remotas, frequentemente atendidas com alto custo e baixa confiabilidade, em regiões onde a logística para transporte de diesel representa grande desafio.
A adoção de fontes híbridas e sistemas com armazenamento deve contribuir para a estabilidade do fornecimento, a redução de custos operacionais e a diminuição das emissões de carbono em regiões altamente vulneráveis às mudanças climáticas.
Expectativa do setor é positiva
Especialistas do setor energético avaliam a iniciativa como um passo importante para a modernização dos sistemas isolados. O incentivo à inovação tecnológica e à integração de fontes sustentáveis poderá transformar o cenário energético da região Norte, levando mais qualidade de vida à população local e atraindo investimentos em infraestrutura limpa.
Com esse novo modelo, a Aneel espera estimular maior competitividade, diversificar a matriz energética dos sistemas isolados e aproximar o país das metas internacionais de descarbonização e eficiência energética.
