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06 de novembro de 2025 - 22h17
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ECONOMIA E ENERGIA

Aneel estuda mudança para tornar Tarifa Branca padrão entre grandes consumidores residenciais

Proposta prevê cobrança variável conforme o horário de uso e pode atingir 2,5 milhões de unidades que consomem mais de 1.000 kWh por mês

6 novembro 2025 - 17h30Luiz Araújo
Aneel avalia tornar Tarifa Branca o modelo padrão para grandes consumidores, com cobrança variável conforme o horário de uso.
Aneel avalia tornar Tarifa Branca o modelo padrão para grandes consumidores, com cobrança variável conforme o horário de uso. - Foto: Reprodução

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) iniciou estudos para alterar a estrutura tarifária de consumidores de baixa tensão principalmente residências e pequenos comércios de alto consumo com o objetivo de estimular a adoção da Tarifa Branca, modelo que varia conforme o horário do uso da energia.

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A medida mira 2,5 milhões de unidades consumidoras que utilizam acima de 1.000 kWh por mês. Embora essa modalidade já esteja disponível, a adesão é considerada insignificante: apenas 0,1% dos 75 milhões de consumidores elegíveis optaram pelo modelo, mesmo com uma redução média de 4,8% nas contas entre os que aderiram.

Como funciona a Tarifa Branca

Na tarifa convencional, o consumidor paga o mesmo valor em qualquer horário do dia.
Na Tarifa Branca, o medidor registra o consumo em três períodos distintos:

Horas "cinza" (85% do dia) preço mais baixo, com desconto médio de 14%;

Horas "laranja" preço intermediário;

Horas "vermelhas" (entre 18h e 21h) valor mais alto, devido ao pico de demanda.

A ideia é inverter a lógica atual e tornar a Tarifa Branca o modelo padrão para consumidores de maior consumo, mantendo a tarifa tradicional apenas para os de menor gasto.

Segundo a Aneel, o modelo reflete melhor a nova realidade do sistema elétrico brasileiro, que hoje conta com maior participação de fontes solares e eólicas. Entre 10h e 14h, há grande oferta e baixo custo de geração; já no início da noite, a produção é mais cara e exige o acionamento de usinas termelétricas.

Adaptação e transição - A Aneel afirma que a mudança permitirá reorganizar o uso de equipamentos de alto consumo, como bombas de piscina, ar-condicionados, carregadores de veículos elétricos e máquinas industriais leves, priorizando horários mais baratos.

A agência ressalta, porém, que quem concentrar o uso nos horários de pico pode pagar mais caro. O objetivo, segundo o órgão, é criar incentivos para mudanças de hábito e uso mais eficiente da energia.

Para a implementação, será necessária a substituição dos medidores atuais por equipamentos inteligentes capazes de registrar o consumo hora a hora.
A troca ficará a cargo das distribuidoras, dentro de seus programas de modernização, e os custos serão reconhecidos nas revisões tarifárias, de forma diluída nas contas de luz.

A proposta será submetida a consulta pública, com participação de distribuidoras, consumidores e especialistas.
Após a consolidação das contribuições, a Aneel pretende definir o formato final da mudança, cuja implementação pode começar em 2026, de maneira gradual.

A versão preliminar prevê migração compulsória para a Tarifa Branca, mas a agência deve discutir mecanismos de reversão após um período de testes, permitindo que o consumidor retorne ao modelo convencional se o novo formato não for vantajoso.

"A baixa adesão não decorre de resistência, mas da falta de informação e do comportamento inercial", avaliou a Aneel.
"Queremos que as distribuidoras tenham papel ativo na orientação ao consumidor, explicando o funcionamento e os benefícios da tarifa."

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