
A Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, anunciou a aquisição de três usinas termelétricas no Estado do Acre, atualmente operadas pela empresa Rovema. As unidades, movidas a óleo combustível, somam 69,4 megawatts (MW) de potência instalada e abastecem cerca de 30 mil unidades consumidoras — o equivalente a 20% das ligações elétricas do estado.
Com a aquisição, a Âmbar passa a operar em 11 estados brasileiros, expandindo sua presença para a Região Norte, onde ainda não atuava. O valor da transação não foi divulgado, e a conclusão da operação depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Detalhes das usinas adquiridas
As usinas estão localizadas em três municípios acreanos:
Cruzeiro do Sul: 52,8 MW
Feijó: 7,2 MW
Tarauacá: 9,4 MW
Juntas, elas desempenham um papel estratégico no fornecimento de energia para comunidades que dependem fortemente dessas fontes para garantir o suprimento elétrico contínuo, especialmente em áreas isoladas ou com acesso limitado a redes integradas.
Em nota oficial, o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, destacou a relevância do movimento: “Reafirmamos nosso compromisso com a segurança energética e com o fornecimento contínuo de energia às comunidades locais. As usinas do estado são decisivas para esse propósito”.
Estratégia de expansão da Âmbar - A aquisição das usinas no Acre é parte de uma estratégia agressiva de crescimento da Âmbar no setor de geração elétrica, com foco na compra de ativos que muitas grandes companhias estão abandonando, como usinas movidas a óleo combustível e carvão. Ao mesmo tempo, a empresa tem ampliado seu portfólio em fontes renováveis e de menor impacto ambiental, incluindo energia hídrica e nuclear.
No último mês, a Âmbar anunciou diversas movimentações no setor elétrico:
Compra da participação da Eletrobras na Eletronuclear, responsável pelas usinas nucleares Angra 1 e 2;
Aquisição da distribuidora Roraima Energia e quatro termelétricas no estado, pertencentes ao grupo Oliveira Energia;
Compra da termelétrica Santa Cruz, movida a gás natural, da Axia Energia (ex-Eletrobras);
Aquisição da usina Goiânia II, a óleo diesel, da GNPW Participações;
Compra de quatro pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) da Cemig, incorporadas à Âmbar Hidroenergia.
Esses movimentos consolidam a Âmbar como uma das principais empresas em expansão no setor elétrico nacional, com atuação diversificada tanto em fontes térmicas quanto renováveis.
Apesar do crescimento, o apetite da Âmbar por usinas térmicas movidas a combustíveis fósseis levanta debates sobre os impactos ambientais e a direção da matriz energética brasileira. Especialistas apontam que, mesmo com a garantia de fornecimento em áreas críticas, há necessidade de um plano de transição energética mais robusto.
Ainda assim, em regiões como o Acre, onde o acesso a fontes alternativas é limitado, a operação das termelétricas representa, por ora, um elemento crucial de estabilidade e segurança no abastecimento.
