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Alemanha e Canadá firmam parceria para garantir minerais críticos e avançar na transição energética

Acordo anunciado em Berlim prevê cooperação em projetos de GNL, hidrogênio e cadeias de fornecimento para setores estratégicos

26 agosto 2025 - 15h55Isabella Pugliese Vellani
Friedrich Merz e Mark Carney firmam parceria estratégica para garantir suprimento de minerais essenciais e energia limpa
Friedrich Merz e Mark Carney firmam parceria estratégica para garantir suprimento de minerais essenciais e energia limpa - Foto: Annegret Hilse/AFP/Getty Images
Terça da Carne

O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, e o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciaram nesta terça-feira (26), em Berlim, uma nova parceria bilateral focada em minerais críticos e energia. A medida busca proteger as cadeias de fornecimento globais de insumos essenciais para setores estratégicos e impulsionar a transição energética nos dois países.

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O encontro foi divulgado por meio de um comunicado oficial do governo canadense, que destacou a importância da colaboração mútua em pesquisa, desenvolvimento e financiamento de novos projetos em energia limpa. “Com vastos recursos energéticos e naturais, o Canadá tem tudo o que o mundo precisa para atender às demandas do futuro”, afirma a nota conjunta.

Minerais estratégicos e segurança energética

A declaração firmada entre os dois países tem como foco principal o fortalecimento das cadeias de suprimentos de minerais críticos, como lítio, cobalto, níquel e elementos de terras raras — insumos essenciais para a produção de baterias, painéis solares, carros elétricos e componentes eletrônicos.

O texto também ressalta a intenção de cofinanciar novos projetos em mineração e infraestrutura energética, com impacto direto em indústrias como a de tecnologia, transportes e defesa.

Essa parceria surge em um momento em que países da União Europeia e da América do Norte tentam reduzir sua dependência da China, maior fornecedora global desses materiais, e ao mesmo tempo atender à crescente demanda por tecnologias limpas.

Expansão comercial e foco em energia limpa

Além do foco mineral, os líderes alemão e canadense também discutiram formas de diversificar as relações comerciais e ampliar as parcerias energéticas entre os dois países. Um dos principais pontos do encontro foi o avanço na cooperação em gás natural liquefeito (GNL) e hidrogênio verde, considerados vetores-chave para a segurança energética e descarbonização das economias.

Mark Carney mencionou diretamente o interesse do Canadá em fortalecer o corredor comercial transatlântico de hidrogênio, previsto na Aliança Canadá-Alemanha para o Hidrogênio, que já atua no desenvolvimento de infraestrutura para o transporte e uso de energia renovável entre os dois países.

“A transição energética depende de alianças confiáveis e inovadoras. A cooperação com o Canadá é um exemplo claro disso”, destacou Merz, em comunicado à imprensa.

Ucrânia e contexto geopolítico

O comunicado também revelou que os dois líderes conversaram sobre questões geopolíticas urgentes, em especial o apoio à Ucrânia diante da guerra em curso. Alemanha e Canadá reforçaram seu compromisso com a paz e a segurança de longo prazo na Europa, e reafirmaram a necessidade de coordenação com os Estados Unidos para responder a desafios globais em conjunto.

Carney e Merz se comprometeram a manter o diálogo estreito nas próximas etapas da implementação do acordo, que envolve também o setor privado de ambos os países e poderá contar com apoio financeiro conjunto para acelerar os projetos.

Cenário energético global e o papel do Brasil

A parceria Alemanha-Canadá faz parte de um movimento global de reestruturação dos fluxos comerciais e investimentos em energia sustentável e minerais estratégicos. Embora o Brasil não esteja diretamente envolvido nesse acordo, é importante lembrar que o país é um dos maiores produtores de nióbio e lítio, o que o posiciona como player relevante nesse novo cenário.

Com a transição energética em foco, minerais críticos se tornam ativos estratégicos e tendem a influenciar políticas de comércio exterior, inovação tecnológica e acordos bilaterais nos próximos anos.

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