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ECONOMIA

Alckmin critica tarifa dos EUA e diz que Brasil mantém diálogo aberto

Vice-presidente aponta que 41% dos produtos brasileiros foram excluídos do tarifaço e reitera defesa da soberania e da negociação

26 agosto 2025 - 12h55Luiz Araújo, Gabriel Hirabahasi e Giordanna Neves
Alckmin criticou tarifas dos EUA e anunciou viagem ao México para discutir o tema.
Alckmin criticou tarifas dos EUA e anunciou viagem ao México para discutir o tema. - Foto: Wilton Junior/Estadão
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, voltou a criticar nesta terça-feira (26) o aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Durante a abertura da reunião ministerial em Brasília, Alckmin classificou as tarifas como "injustificadas", mas destacou que o Brasil segue comprometido com o diálogo e a defesa da soberania nacional.

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Segundo dados atualizados pelo governo federal, 41,3% dos itens brasileiros afetados pelo tarifaço norte-americano estão atualmente isentos da sobretaxa de 40% — índice estabelecido durante o governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, e que voltou à pauta nos últimos meses.

Brasil reforça disposição para negociar

Na reunião com ministros, Alckmin reafirmou a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor de uma política externa baseada no entendimento multilateral. “Lula tem orientado diálogo permanente, soberania, Estado de direito e negociação”, declarou o vice-presidente, frisando que essa é a linha adotada pela diplomacia brasileira diante das tensões comerciais com os Estados Unidos.

Viagem ao México articula resposta conjunta

Alckmin também anunciou que embarca ainda nesta terça-feira rumo ao México, onde o governo brasileiro deve discutir estratégias conjuntas de resposta ao tarifaço, em uma agenda internacional que se estende até quinta-feira (28). A comitiva será composta também pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

"Estamos indo daqui a pouco ao México. Simone Tebet e Fávaro vão conosco", declarou o vice-presidente, sem detalhar quais ações serão propostas no encontro.

A reunião com representantes mexicanos é vista como parte da articulação do Brasil com países latino-americanos para tentar frear os impactos de medidas protecionistas que possam afetar exportações estratégicas, especialmente nas áreas de agronegócio e manufatura.

Impacto das tarifas e reação do governo

As tarifas adicionais de 40% adotadas pelos Estados Unidos afetam uma série de produtos brasileiros, com potencial de causar prejuízos significativos em setores-chave da economia. Embora quase metade dos itens tenha sido excluída da nova taxação, o governo federal avalia que a medida ainda fere princípios do comércio justo e pode impactar a balança comercial de forma negativa.

Desde que o tarifaço foi anunciado, o Planalto tem buscado mobilizar canais diplomáticos e reforçar sua posição em organismos multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), em defesa da isonomia nas relações comerciais.

Contexto político e econômico

A crítica de Alckmin ocorre em um momento de reaproximação entre Brasil e México, que compartilham preocupações com o aumento do protecionismo global. Ao mesmo tempo, o governo Lula tenta equilibrar sua postura de enfrentamento com uma agenda externa baseada em cooperação e diplomacia, evitando acirrar tensões com a administração norte-americana.

A escolha de Alckmin para fazer o discurso também reforça a intenção do Executivo de tratar o tema com peso político e técnico, uma vez que ele lidera a pasta responsável por comércio exterior e tem sido um dos principais articuladores da política industrial no governo atual.

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