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Durante encontro com representantes das principais empresas de tecnologia, nesta segunda-feira (21), o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que as big techs demonstraram apoio à ampliação do Pix e defenderam que o sistema permaneça gratuito e acessível a todos. A reunião ocorreu em meio a tensões diplomáticas, após o governo dos Estados Unidos abrir uma investigação alegando possíveis práticas comerciais desleais por parte do Brasil.
Segundo Alckmin, o diálogo com as empresas foi produtivo e serviu para esclarecer pontos levantados pelo Departamento de Estado dos EUA, que citou diretamente as gigantes da tecnologia como afetadas por um suposto ambiente regulatório desfavorável no país.
“O Pix é um sucesso absoluto. As big techs falaram que é importante um ‘Pix para todos’, mas destacaram que precisa continuar sendo gratuito”, declarou Alckmin. Ele também sinalizou que o serviço pode evoluir para permitir pagamentos parcelados, o que ampliaria ainda mais o uso da ferramenta.
Investigação dos EUA e resposta brasileira
Na semana passada, o governo norte-americano anunciou uma apuração sobre práticas supostamente injustas no mercado digital brasileiro, citando especificamente a atuação de empresas estrangeiras no país. O encontro com as big techs, promovido por Alckmin, foi uma tentativa de acalmar os ânimos e reforçar a posição do Brasil como um ambiente aberto à concorrência.
O presidente em exercício garantiu que “nada impede” a entrada de novas empresas no sistema Pix e que o governo brasileiro está disposto a ouvir as demandas do setor. As empresas presentes se comprometeram a encaminhar sugestões ao governo Lula nos próximos dias.
Expansão do Pix em pauta
A possibilidade de utilizar o Pix em pagamentos parcelados foi mencionada como uma das próximas etapas de evolução do sistema. Criado pelo Banco Central, o Pix já é utilizado por milhões de brasileiros e se consolidou como uma das principais inovações do setor financeiro nos últimos anos.
Para Alckmin, o apoio das big techs é sinal de que o modelo brasileiro é visto com bons olhos também fora do país. A adesão de grandes plataformas ao sistema pode fortalecer ainda mais a popularidade do Pix e ampliar sua aplicação em diferentes tipos de transações.
Acordo Mercosul-União Europeia também avança
Alckmin aproveitou a ocasião para comentar o andamento das negociações entre Mercosul e União Europeia. Segundo ele, houve avanços em reunião com parlamentares europeus, reforçando a importância estratégica do acordo.
“É um entendimento importante do ponto de vista econômico, empresarial e também geopolítico. Leva uma mensagem clara de valorização da democracia, do livre comércio, do multilateralismo e da sustentabilidade”, afirmou.
O acordo, que vem sendo negociado há mais de 20 anos, enfrenta desafios ligados à política ambiental e a resistências dentro do Parlamento Europeu, mas continua sendo uma prioridade para o governo brasileiro.
Brasil quer manter ambiente digital aberto e competitivo
O tom adotado por Alckmin durante a reunião foi de conciliação. O governo busca evitar desgastes com os Estados Unidos e, ao mesmo tempo, mostrar que mantém uma postura transparente e aberta à participação de empresas estrangeiras no ambiente digital do país.
A interlocução com as big techs deve continuar nos próximos meses, e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços espera receber sugestões formais das empresas para avaliar possíveis ajustes regulatórios que mantenham o ambiente competitivo e atrativo para novos investimentos.
