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ECONOMIA

Alckmin defende diálogo com os EUA antes de aplicar lei de retaliação comercial

Vice-presidente afirma que Brasil aposta em negociação após tarifaço americano e anuncia suspensão temporária de tributos para exportadores

1 setembro 2025 - 21h45Flávia Said
Lei da Reciprocidade será aplicada no devido tempo, mas ideia é resolver na negociação, diz Alckmin.
Lei da Reciprocidade será aplicada no devido tempo, mas ideia é resolver na negociação, diz Alckmin. - (Foto: Wilton unior/Estadão)
ENERGISA

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 1º de setembro, que o Brasil ainda aposta na via diplomática para resolver a disputa comercial com os Estados Unidos, mesmo após o aumento de tarifas aplicado por Washington sobre produtos brasileiros. “Vai ter espaço para entendimento”, disse o ministro, ao indicar que a chamada Lei da Reciprocidade Econômica será usada apenas “no seu devido tempo”.

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“A lei da reciprocidade, uma belíssima lei, será aplicada no seu devido tempo, mas o que nós queremos é resolver através da negociação”, afirmou Alckmin em entrevista à CNN Brasil.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o Itamaraty a acionar a Câmara de Comércio Exterior (Camex) para dar início às consultas formais e possíveis medidas retaliatórias contra os EUA. Ainda assim, o governo mantém o tom conciliador e espera avanços diplomáticos antes de adotar sanções.

Alckmin anunciou também a publicação de uma portaria, prevista para esta terça-feira, 2, que suspende o pagamento de tributos previstos no regime de drawback. A medida beneficia empresas exportadoras que utilizam insumos importados.

“As empresas vão ter um ano sem precisar pagar o imposto, nem precisar pagar a multa e podem exportar tanto para os Estados Unidos quanto para outros países”, explicou. Segundo ele, o pleito era antigo do setor produtivo e será atendido de forma imediata.

Questionado sobre o fortalecimento das relações com a China em meio ao atrito com os EUA, Alckmin negou qualquer conflito e defendeu uma estratégia de aproximação com ambos os países.

“A tarefa é nos aproximarmos dos dois, não é incompatível”, afirmou. Ele destacou que a China é o maior comprador de produtos brasileiros, enquanto os Estados Unidos são o maior investidor estrangeiro no país. “O que nós queremos é fortalecer essa complementaridade econômica.”

O ministro também lembrou que mais de 3.500 empresas americanas operam no Brasil, evidenciando o interesse mútuo entre os dois países, mesmo diante de tensões comerciais pontuais.

Alckmin também fez um balanço da viagem recente ao México, classificando-a como “muito proveitosa”. Segundo ele, há espaço para parcerias no agronegócio, serviços e investimentos. “Tem muito espaço para complementaridade econômica”, disse, destacando a sintonia entre as duas maiores economias e democracias da América Latina.

Sobre a regulação das big techs, o vice-presidente afirmou que o tema está no centro do debate global. “Esse é um tema que o mundo está discutindo, estão sendo estabelecidas regras mínimas para ter cuidado com o conjunto da sociedade”, pontuou.

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