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ECONOMIA EXTERNA

Alckmin diz que Lula pediu a Trump suspensão de tarifa extra sobre produtos brasileiros

Vice-presidente afirma que negociações seguem com os EUA para reduzir imposto de 40% sobre exportações do Brasil

12 dezembro 2025 - 13h45Caroline Aragaki
Alckmin detalha negociações com os EUA para suspensão de tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros.
Alckmin detalha negociações com os EUA para suspensão de tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros. - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, revelou nesta sexta-feira (12) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suspensão da tarifa extra de 40% sobre produtos brasileiros enquanto os dois países mantêm negociações comerciais em andamento.

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A declaração foi dada em São Paulo, após o encerramento do 8º Seminário Internacional de Líderes. Questionado por jornalistas, Alckmin disse que ainda é preciso aguardar o resultado das tratativas. “Vamos aguardar”, afirmou.

Tarifa extra atinge parte das exportações - A sobretaxa foi imposta durante o governo Trump por meio de ordem executiva que, na época, elevou consideravelmente o custo de entrada de produtos brasileiros nos EUA, principalmente do setor siderúrgico. Inicialmente, 37% da exportação brasileira foi atingida pela combinação da tarifa padrão de 10% com a taxa extra de 40%, o que totalizava uma carga tributária de 50%.

Segundo Alckmin, esse número já caiu. “Hoje, são 22% dos produtos que estão nesta alíquota”, explicou, ressaltando que houve uma redução de um terço em relação à cobertura tarifária original. Ele destacou que o objetivo do governo brasileiro é continuar negociando para reduzir ainda mais a incidência da tarifa sobre os produtos nacionais.

Alckmin também apresentou um panorama atual das exportações brasileiras para os EUA: 51% dos produtos exportados enfrentam tarifas de 0% a 10%, enquanto outros 27% estão enquadrados na chamada Seção 232 — uma medida de segurança nacional usada pelos EUA para justificar barreiras comerciais.

“Estamos muito próximos de outros competidores. Qual é o trabalho? Reduzir essa alíquota”, disse o vice-presidente, que garantiu que o diálogo com as autoridades norte-americanas está em curso.

A redução das barreiras tarifárias é estratégica para o Brasil em um momento de busca por ampliação da competitividade no comércio internacional. A movimentação diplomática com os Estados Unidos ocorre em paralelo aos esforços brasileiros de ampliar acordos bilaterais e fortalecer o Mercosul.

Apesar de Lula ter feito o pedido diretamente a Trump, a situação política nos Estados Unidos ainda é incerta. Trump, pré-candidato do Partido Republicano, disputa internamente a indicação para concorrer novamente à presidência nas eleições de 2026. A expectativa é que qualquer decisão sobre tarifas tenha efeitos a médio prazo e esteja condicionada à estabilidade das relações bilaterais.

Enquanto isso, o governo brasileiro segue tentando ampliar o acesso ao mercado norte-americano por meio de negociações técnicas e diplomáticas, buscando garantir melhores condições para exportadores nacionais, especialmente em setores estratégicos como siderurgia, agricultura e manufaturados.

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