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18 de novembro de 2025 - 15h04
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ECONOMIA BRASILEIRA

Alckmin critica taxa Selic e defende queda dos juros para impulsionar indústria

Vice-presidente afirma que nível atual da Selic é um problema e sugere que redução ajudaria setor a vender produtos de maior valor agregado

18 novembro 2025 - 13h25Cícero Cotrim
Alckmin defende redução da taxa de juros durante evento da indústria automotiva no Paraná
Alckmin defende redução da taxa de juros durante evento da indústria automotiva no Paraná - Foto: José Cruz/Agência Brasil
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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira, 18, que o atual patamar da taxa básica de juros (Selic) é um entrave ao crescimento da economia, especialmente da indústria. "Nós temos um problema que espero possa começar a ser resolvido logo, que é a questão da taxa de juros", disse Alckmin durante evento em São José dos Pinhais (PR), promovido por uma montadora do setor automotivo.

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Segundo o vice-presidente, a manutenção de juros altos impede que setores produtivos avancem na produção e venda de itens de maior valor, como caminhões e maquinário pesado. “Estamos buscando outras alternativas, mas estamos trabalhando para ter juros mais baixos”, declarou.

Juros em 15% ao ano - No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por manter a taxa Selic em 15% ao ano. A justificativa oficial é o cenário de incertezas macroeconômicas e a necessidade de manter uma política monetária contracionista.

Em sua ata, o Copom destacou que a desancoragem das expectativas de inflação exige juros elevados por um “período prolongado”. Apesar disso, o setor produtivo tem pressionado por cortes na taxa, argumentando que os altos custos de financiamento travam investimentos e reduzem a competitividade da indústria nacional.

A fala de Alckmin ecoa a insatisfação de empresários e líderes industriais que, há meses, cobram do Banco Central uma política de juros mais favorável ao crescimento. Ele também lembrou que a Selic foi elevada ao longo dos últimos anos como resposta à inflação, mas argumenta que o atual cenário já permite uma revisão da taxa.

“O dólar, que chegou a R$ 6,30 no fim do ano passado, já caiu a R$ 5,30. A expectativa é de safra recorde em 2025, o que reduz o preço da comida. Caindo o preço da comida, cai a inflação. E, caindo a inflação, caem os juros”, explicou Alckmin.

Nos bastidores do governo, há um esforço para alinhar política monetária e estratégia de reindustrialização. O Ministério do Desenvolvimento vê nos juros menores uma condição essencial para aumentar o consumo, ampliar o crédito e viabilizar a produção de bens de maior valor agregado — fundamentais para gerar emprego e renda.

Alckmin, que também integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, tem defendido publicamente uma “agenda pró-crescimento” que combine responsabilidade fiscal com estímulos à produção. O desafio, no entanto, é vencer a resistência do Banco Central, que atua com autonomia e avalia o cenário de forma técnica.

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