
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (12) que a relação comercial entre Brasil e Argentina passa por um momento positivo, com recordes de exportação e papel estratégico para ambos os países. A declaração foi feita durante o 8º Seminário Internacional de Líderes, realizado em São Paulo, que celebrou os 40 anos do Mercosul.
Segundo Alckmin, o Brasil é hoje o principal parceiro comercial da Argentina, com mais de US$ 13 bilhões em compras, o dobro do segundo colocado, os Estados Unidos. Já para o Brasil, a Argentina figura como o quarto maior destino das exportações nacionais, atrás apenas de China, EUA e União Europeia.
Alckmin utilizou o cenário de outras regiões econômicas para reforçar a importância de fortalecer o Mercosul. Ele destacou que, embora o mundo seja globalizado, o grosso do comércio mundial ocorre dentro dos próprios blocos.
“Na América do Norte, 40% do comércio ocorre entre EUA, México e Canadá. Na União Europeia, mais de 50% é entre os membros. Na Asean, esse número chega a 60%. Já na América Latina, ainda estamos em 20%”, apontou o vice-presidente.
Para o ministro, o Mercosul ficou estagnado por muito tempo e precisa recuperar protagonismo. “Ficamos 13 anos sem fazer acordo. Quando estamos parados, estamos retrocedendo, porque outros estão avançando e terão preferência tarifária sobre nós”, alertou.
Apesar da crítica ao período de inatividade, Alckmin celebrou avanços recentes. Ele citou os acordos firmados com Cingapura e com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), composta por Suíça, Islândia, Liechtenstein e Noruega. Além disso, demonstrou otimismo com a possibilidade de assinatura do acordo com a União Europeia até o próximo dia 20 de dezembro.
A melhora gradual da economia argentina também foi apontada como um fator que impulsiona os números positivos da balança comercial entre os dois países. Alckmin reforçou a importância de manter a integração com os vizinhos sul-americanos, não apenas por razões econômicas, mas também geopolíticas.
“O comércio com a Argentina vai muito bem. Isso fortalece nossas economias e reforça os laços regionais. É uma estratégia de ganha-ganha que precisa ser incentivada”, concluiu.

