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ECONOMIA EM FOCO

Alckmin diz que não há mais justificativa para juros altos com inflação e dólar em queda

Vice-presidente aponta que taxa Selic trava investimentos, prejudica famílias endividadas e aumenta custo da dívida pública

12 dezembro 2025 - 14h55Caroline Aragaki
Alckmin defende queda dos juros e diz que inflação e câmbio já permitem corte na taxa Selic.
Alckmin defende queda dos juros e diz que inflação e câmbio já permitem corte na taxa Selic. - Foto: Cadu Gomes/VPR/ABrasil

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, voltou a defender a redução da taxa básica de juros no Brasil. Em declaração a jornalistas nesta sexta-feira (12), após participar do 8º Seminário Internacional de Líderes, em São Paulo, Alckmin afirmou que já existem condições objetivas para o Banco Central reduzir a Selic, atualmente uma das mais altas do mundo.

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“Eu entendo que sim. Porque, na realidade, você tem inflação em queda. Nós estamos abaixo do teto da meta”, disse. A meta oficial de inflação é de 3%, com tolerância de até 4,5%. O índice atual está em 4,4%.

Queda do dólar e alimentos mais baratos - Segundo Alckmin, dois fatores principais explicam a desaceleração inflacionária: a valorização do real frente ao dólar e a queda na inflação dos alimentos. “A inflação de alimentos está em 2%, então não tem justificativa para você ter o segundo maior juro do mundo”, afirmou o vice-presidente.

O câmbio, que já esteve próximo de R$ 6,30 em anos anteriores, hoje gira em torno de R$ 5,40, o que contribui para a redução de custos em setores sensíveis à variação cambial, como alimentos e combustíveis.

Alckmin foi enfático ao listar os impactos negativos da manutenção de juros elevados para a economia brasileira. Segundo ele, os investimentos produtivos ficam comprometidos, o consumo desacelera e a dívida pública se torna mais cara.

“Isso atrapalha investimento, porque quem precisa de capital para investir, segura; atrapalha os consumidores, temos um grande número de famílias com problemas de dívida; e atrapalha a dívida pública, porque cada 1% da taxa Selic custa R$ 52 bilhões por ano só para rolar dívida”, explicou.

As falas do vice-presidente reforçam a pressão do governo federal sobre o Banco Central para acelerar o ciclo de cortes na Selic. Apesar de o Comitê de Política Monetária (Copom) já ter iniciado o processo de redução, muitos no governo consideram o ritmo lento diante da trajetória descendente da inflação.

A defesa por juros menores também ganha apoio entre setores da indústria, comércio e serviços, que alegam dificuldades de acesso a crédito e custos operacionais elevados.

À frente do Ministério da Indústria, Alckmin tem reforçado o discurso pró-investimento e buscado ações que incentivem a reindustrialização do país. A crítica à taxa de juros se insere nesse contexto: para ele, com inflação sob controle e causas externas mais favoráveis, não há mais razões para manter os juros em patamares elevados.

“Não faz sentido o Brasil ter a segunda maior taxa de juros do mundo. Temos inflação em queda, câmbio em queda, e alimentos — que eram um dos principais vetores da inflação — também em queda”, concluiu.

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