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28 de outubro de 2025 - 23h12
ECONOMIA

Brasil tenta escapar da nova crise dos chips com ofensiva diplomática de Alckmin

Vice-presidente aciona embaixadores da China e do Brasil para evitar que disputa internacional afete a indústria automotiva nacional.

28 outubro 2025 - 17h55
Vice-presidente mobiliza diplomacia para evitar novo apagão de chips no setor automotivo.
Vice-presidente mobiliza diplomacia para evitar novo apagão de chips no setor automotivo. - Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Terça da Carne

O governo brasileiro tenta evitar uma nova crise na indústria de carros. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ligou para o embaixador da China no Brasil e para o embaixador brasileiro na China. O objetivo é deixar o Brasil fora da disputa internacional pelos chips usados em carros.

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O problema começou depois que o governo da Holanda assumiu o controle da empresa Nexperia, que fabrica semicondutores e é de origem chinesa. A China respondeu proibindo a exportação dos chips. O resultado foi uma crise global, que pode afetar vários países — entre eles, o Brasil.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira, o vice-presidente quer garantir que o país continue recebendo os componentes. “Alckmin já ligou para os dois embaixadores para começar as conversas e evitar que o Brasil sofra as consequências dessa crise, que não tem nada a ver conosco”, afirmou o secretário.

A situação preocupa o setor automotivo. Durante a pandemia, a falta de chips fez as fábricas pararem. Agora, o risco voltou. A Nexperia responde por cerca de 40% do mercado mundial de semicondutores, usados principalmente em carros flex.

De acordo com Uallace, o governo quer mostrar que o Brasil não faz parte do conflito e precisa continuar recebendo os chips. “O setor produtivo pediu que o governo brasileiro deixasse claro à China que o país não pode participar desse embargo”, explicou.

O secretário disse ainda que o Brasil está disposto a usar os chips apenas para o mercado interno e garantir a rastreabilidade das compras. “O país não vai exportar. É só para o nosso consumo”, reforçou.

O risco é grande. O setor automotivo representa 20% da indústria de transformação do país e gera cerca de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos. Uma paralisação poderia causar demissões e prejuízos em toda a cadeia, desde montadoras até pequenas fábricas de peças.

A Anfavea, que representa as montadoras, alertou que a crise pode começar a afetar a produção nas próximas duas ou três semanas. O presidente da entidade, Igor Calvet, disse que uma articulação entre o governo brasileiro e o chinês pode evitar o desabastecimento.

Também participaram da reunião no Ministério do Desenvolvimento o diretor-executivo da Abipeças/Sindipeças, Adilson Luis Sigarini; o CEO da Robert Bosch, Eduardo Gaston Dias Peres; e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges Júnior.

O governo quer agir rápido para evitar uma nova crise como a de 2021, quando faltaram chips e várias montadoras tiveram de suspender turnos e demitir funcionários. “O vice-presidente colocou o tema como prioridade total”, afirmou o secretário Uallace Moreira.

Por enquanto, o Brasil tenta se manter fora da disputa entre China e Holanda. A missão de Alckmin é simples de explicar e difícil de cumprir: garantir que os chips continuem chegando e que os carros continuem saindo das fábricas.

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