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CRISE COMERCIAL

Alckmin reúne líderes da Visa, Meta, Google e Apple em meio à crise com os EUA

Vice-presidente discutiu com empresas de tecnologia impactos das tarifas de Trump e investigações comerciais contra o Brasil

21 julho 2025 - 16h35
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin.
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin. - (Foto: Eraldo Peres/AP)

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, atualizou sua agenda oficial nesta segunda-feira (21) para incluir uma reunião com executivos de grandes empresas de tecnologia, como Visa, Apple, Meta e Google. O encontro ocorreu às 12h, em Brasília, e ganhou peso simbólico em meio ao agravamento da crise comercial entre Brasil e Estados Unidos, após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente norte-americano Donald Trump.

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A reunião, inicialmente descrita apenas como um encontro com representantes do "setor de tecnologia", acabou sendo detalhada com a presença de nomes estratégicos do setor privado e autoridades diplomáticas envolvidas nas negociações com os EUA.

Executivos presentes na reunião

Entre os participantes do encontro com Alckmin estavam:

  • Igor Luna, consultor jurídico da Câmara Brasileira da Economia Digital

  • Nuno Lopes Alves, diretor-geral da Visa

  • Gustavo Lage Noman, vice-presidente de Assuntos Governamentais da Visa

  • Márcia Miya, gerente de relações governamentais da Apple

  • Gustavo Dias, chefe jurídico e de relações institucionais da Apple na América Latina

  • Yana Dumaresq, diretora de políticas públicas da Meta

  • Daniel Arbix, diretor jurídico do Google

Também participaram assessores da Vice-Presidência, secretários do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e o embaixador Maurício Lyrio, importante articulador das relações comerciais com os Estados Unidos.

Contexto: tensões com Washington

O encontro ocorre poucos dias após o anúncio de tarifas de importação de 50% sobre produtos brasileiros feito por Donald Trump. O líder americano justificou a medida com base em duas alegações principais: a suposta perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro e decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra plataformas digitais americanas.

Além disso, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) abriu uma investigação formal contra o Brasil. Entre os pontos levantados estão:

  • A presença de comércio informal na região da Rua 25 de Março, em São Paulo

  • O uso disseminado do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, visto como uma ameaça competitiva às operadoras de cartão de crédito, como a Visa

Reação brasileira e articulação diplomática

A reunião coordenada por Geraldo Alckmin sinaliza um esforço do governo brasileiro para amenizar tensões e construir uma resposta estratégica frente à escalada tarifária dos EUA. A presença de gigantes do setor digital pode ajudar a reequilibrar o discurso em torno de inovação, regulação e competitividade.

A movimentação também busca mostrar que o Brasil tem abertura para o diálogo com as big techs, ao mesmo tempo em que reforça o apoio à regulação nacional das plataformas digitais, como já defendido pelo presidente Lula em fóruns multilaterais.

Ainda não foram divulgadas as deliberações finais da reunião, mas a expectativa é que o governo siga reforçando o argumento de que as tarifas americanas têm motivação política, além de estarem em desacordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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