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ECONOMIA

Operação apreende 3 mil toneladas de sementes piratas no RS, com prejuízo estimado em R$ 35 milhões

Ação conjunta entre Polícia Civil e Ministério da Agricultura se torna a maior já registrada contra mercado ilegal de insumos agrícolas no Brasil

2 setembro 2025 - 08h00Geovani Bucci e Elisa Calmon
Sementes piratas são apreendidas em operação no RS
Sementes piratas são apreendidas em operação no RS - (Foto: Imagens cedidas/ Polícia Civil)
Terça da Carne

Uma operação realizada entre os dias 26 e 29 de agosto no Rio Grande do Sul resultou na apreensão de 3 mil toneladas de sementes piratas, o equivalente a R$ 35 milhões em mercadoria. A ação foi coordenada pela Polícia Civil gaúcha em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e é considerada a maior ofensiva já registrada no país contra o comércio ilegal de sementes e insumos agrícolas.

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A operação teve como alvo 14 municípios do estado, incluindo Cruz Alta, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga e Palmeira das Missões. Além das sementes, diversos produtores foram autuados por posse de defensivos ilegais ou por armazenar produtos em condições irregulares, o que representa risco direto à segurança alimentar e ao meio ambiente.

De acordo com os órgãos responsáveis, a iniciativa busca combater não apenas o crime em si, mas também os danos à cadeia produtiva agrícola e à competitividade do setor. Os produtos ilegais, além de não passarem por controle de qualidade, prejudicam a produtividade e colocam em risco a saúde dos consumidores.

O volume apreendido nesta operação é mais que o dobro do registrado em outubro do ano passado, quando 1,4 mil toneladas de sementes irregulares foram confiscadas em Santiago (RS), em uma ação conduzida pela CropLife Brasil. Na época, o valor estimado das sementes apreendidas era de R$ 19,7 milhões.

Durante a nova operação, uma empresa foi autuada por manter uma aeronave agrícola sem registro no Mapa. Avaliada em R$ 1,5 milhão, a aeronave estava em uso ilegal, ampliando o escopo das irregularidades encontradas.

A CropLife Brasil, entidade que representa empresas de defensivos agrícolas, sementes, biotecnologia e bioinsumos, divulgou nota ressaltando a gravidade da situação e os impactos recorrentes da pirataria no setor. Segundo a entidade, estudos realizados em parceria com a consultoria Céleres estimam perdas anuais de até R$ 10 bilhões com o uso de sementes piratas apenas na cultura da soja.

Ainda segundo o levantamento, cerca de 11% da área plantada de soja no Brasil é ocupada por sementes ilegais. No Rio Grande do Sul, estado mais afetado, os prejuízos podem alcançar R$ 1,1 bilhão ao ano.

A CropLife alerta que o uso de sementes piratas compromete a qualidade da produção, afeta a segurança alimentar, inibe a inovação tecnológica no campo e põe em risco a sustentabilidade do agronegócio.

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