
Um dos rostos mais emblemáticos do jornalismo brasileiro deu adeus à bancada do Jornal Nacional nesta sexta-feira, 31. Após 29 anos à frente do principal telejornal do país, William Bonner encerrou sua trajetória no noticiário da TV Globo em uma edição marcada por emoção, aplausos e simbolismo. A partir de segunda-feira, 3, quem assume o posto ao lado de Renata Vasconcellos é César Tralli.
O encerramento do ciclo foi anunciado em setembro, mas só agora ganhou contornos definitivos. “Chegou o dia. Dois meses depois do anúncio, estou concluindo esse ciclo”, afirmou Bonner ao vivo, relembrando que a decisão foi motivada por questões pessoais, principalmente o desejo de estar mais próximo dos filhos. Na época, ele declarou que “a conta não estava fechando”.
O momento da transição contou com uma breve homenagem no estúdio. Após se levantarem da bancada, Bonner e Renata receberam Tralli com palmas e sorrisos. “É sempre um prazer enorme te abraçar”, disse Bonner. Tralli, por sua vez, demonstrou tranquilidade. “Passamos um dia tão agradável juntos hoje. Estou em um estado de plenitude e muito feliz de estar aqui com vocês num momento tão histórico”.
A edição trouxe ainda um VT com momentos marcantes da carreira de Tralli na Globo. Ao final, Bonner comentou: “Sua história te trouxe a esse lugar, esse monumento do jornalismo brasileiro”. Renata completou: “Estar nessa bancada é ter a missão honrosa de informar o Brasil”.
EMOCIONANTE! O jornalismo brasileiro agradece, Bonner! E recebe de braços abertos a competência e o carisma de Tralli no #JornalNacional. Que a nova história seja tão brilhante quanto a que se encerrou hoje! pic.twitter.com/kthDZooMCs
— TV Globo (@tvglobo) November 1, 2025
Antes de se despedir do público, Bonner fez questão de relembrar uma conversa que teve com Cid Moreira, seu antigo parceiro de bancada. Segundo contou, Cid lhe confidenciou que, mesmo após anos de experiência, apresentava o telejornal “nervoso”. Em tom bem-humorado, Bonner admitiu: “Estou dizendo isso porque estou muito nervoso”.
Brincando com sua fama de contido, o jornalista comentou que “não iria chorar”. “Como todos sabemos, eu não choro”, disse, sorrindo. Mas, emocionado, fez um convite ao público: “Vou começar uma carreira nova, inclusive com o direito de ser um fracasso fenomenal. Eu torço para que não, vou fazer o meu melhor, mas a gente nunca sabe. É a aventura de começar algo novo”.
Ele encerrou a edição com um agradecimento direto: “Esse é o meu último 'boa noite' pelo Jornal Nacional. A gente se vê. Muito obrigado”.
Nova dança das cadeiras no jornalismo da Globo - A mudança na bancada do Jornal Nacional faz parte de uma série de trocas no jornalismo da emissora. Na quinta-feira, 30, César Tralli apresentou pela última vez o Jornal Hoje, que passa a ser comandado por Roberto Kovalick. Já o Hora 1 terá como novo apresentador Tiago Scheuer.
O novo desafio de Bonner será no Globo Repórter, a partir de fevereiro de 2026, onde poderá explorar outras formas de narrativa jornalística. Mesmo fora do JN, o jornalista seguirá como uma das figuras mais respeitadas do telejornalismo nacional.

