A cantora Angela Ro Ro faleceu na manhã desta segunda-feira (8) aos 75 anos, segundo confirmou seu advogado, Carlos Eduardo Lyrio, em comunicado ao Estadão. A artista estava internada no Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro, desde julho, após sofrer uma traqueostomia motivada por uma grave infecção. No hospital, ela contraiu uma nova bactéria enquanto estava na UTI, agravando seu estado de saúde.
O corpo será velado nesta terça-feira (9), das 13h às 16h, na capela Ecumênica I do Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, Rio de Janeiro. A cerimônia é aberta ao público.
O desejo da cantora, revelado por seu advogado, era ser sepultada no Cemitério São João Batista, em Botafogo, ao lado de seu amigo Cazuza.
Angela Maria Diniz Gonsalves nasceu no Rio de Janeiro em 1949. Recebeu seu nome em homenagem à cantora Angela Maria (1929–2018). Desde cedo, estudou piano clássico e ganhou o apelido "Ro Ro" por sua voz rouca marcante.
Nos anos 1970, viveu na Europa e foi apresentada por Glauber Rocha a Caetano Veloso, então exilado em Londres. Isso resultou em uma participação memorável no álbum Transa, no qual ela tocou gaita na faixa "Nostalgia".
Seu primeiro disco, auto-intitulado, foi lançado em 1979 e trouxe sucessos como Amor, Meu Grande Amor, Tola Foi Você e Não Há Cabeça. Em 1981, lançou o álbum Escândalo, com faixa-título composta por Caetano. Logo depois, chegou Simples Carinho, de João Donato e Abel Silva.
Vida pessoal e luta por sua identidade
Em 2018, durante entrevista com Pedro Bial, Angela se declarou gay e revelou ter sido vítima de espancamento motivado por homofobia nas décadas de 1970 e 1980.
Reconhecida como voz singular da MPB, Angela Ro Ro deixou um legado de coragem artística e autenticidade. O velório aberto ao público e o desejo de ser enterrada ao lado de Cazuza refletem seus vínculos pessoais e sua importância cultural.
