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26 de novembro de 2025 - 11h15
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PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO

Ofício das tacacazeiras é reconhecido como patrimônio cultural do Brasil

Iphan registra prática tradicional do preparo e venda do tacacá, iguaria amazônica de origem indígena

26 novembro 2025 - 11h00
Prato típico do Norte, o tacacá agora tem sua preparação reconhecida como patrimônio imaterial
Prato típico do Norte, o tacacá agora tem sua preparação reconhecida como patrimônio imaterial - (Foto; Quintal Paraense/Divulgação)
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O ofício das tacacazeiras, mulheres responsáveis pelo preparo e comercialização do tacacá nas cidades amazônicas, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O anúncio foi feito após reunião do Conselho Consultivo do instituto em Brasília.

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Tradicionalmente servido em cuias no fim da tarde, o tacacá é feito com ingredientes indígenas como goma de mandioca, tucupi, camarão seco e jambu. A receita varia entre barracas, e é geralmente passada de geração em geração.

O reconhecimento visa garantir a preservação dessa prática ancestral e valorizar a culinária amazônica como parte do patrimônio nacional. Segundo o Iphan, o próximo passo será a elaboração de um plano de salvaguarda, com ações voltadas à gestão dos pequenos negócios, qualificação dos pontos de venda, e acesso facilitado a insumos.

Dona Maria de Nazaré, a “tia Naza”, 71, de Manaus, esteve na cerimônia e celebrou a conquista. "Ser tacacazeira é ter orgulho dos nossos ingredientes únicos", afirmou. Há 15 anos, ela vive da venda do prato e já formou netos advogados e médicos com a renda do tacacá.

A decisão foi respaldada por pesquisa coordenada pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), com apoio de emenda parlamentar. O estudo percorreu sete estados da região amazônica documentando a tradição e ouvindo as tacacazeiras. O dossiê afirma que elas são detentoras de "conhecimento exclusivo" e atuam como transmissoras de saberes culinários e sociais.

A comercialização do tacacá remonta ao final do século 19, quando mulheres passaram a vender alimentos como forma de sustento nas áreas urbanas. Atualmente, o prato ganha novas formas e até versões veganas, mas conserva seu lugar como símbolo da cultura nortista.

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