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14 de novembro de 2025 - 14h55
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CONSCIÊNCIA NEGRA

Sindicatos defendem Taís Araújo após críticas de presidente do Sated-RJ

Entidades rebateram falas de Hugo Gross e afirmaram que artistas negros ainda enfrentam barreiras e desigualdades no audiovisual brasileiro.

14 novembro 2025 - 12h55Redação
Taís Araújo recebeu apoio de sindicatos após ser criticada por denunciar mudanças em sua personagem na adaptação de Vale Tudo.
Taís Araújo recebeu apoio de sindicatos após ser criticada por denunciar mudanças em sua personagem na adaptação de Vale Tudo. - Foto: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Sete sindicatos de artistas e técnicos divulgaram, nesta quinta-feira (13), uma nota conjunta em apoio a Taís Araújo. O posicionamento ocorre após declarações do ator Hugo Gross, presidente do Sated-RJ, que criticou a atriz por ter acionado o compliance da Globo em razão das mudanças feitas por Manuela Dias em sua personagem na adaptação de Vale Tudo.

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A reportagem procurou Taís Araújo e a Globo, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue aberto.

Em entrevista ao portal Metrópoles, Hugo Gross minimizou a denúncia da atriz e afirmou que reclamações sobre falta de oportunidades para profissionais negros “já passaram”. Ele declarou:
“Está reclamando de negros, porque não teve papel para negro. Hoje, qualquer coisa, é que o negro não teve chance (...) Ninguém está pensando mais nisso, isso já passou milhões de anos atrás.”

A fala provocou reação imediata de sindicatos de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba e do Sindicato dos Profissionais da Dança do Rio de Janeiro (SPDRJ). As entidades afirmaram que não concordam com o posicionamento do dirigente e destacaram que artistas negros ainda enfrentam desigualdades estruturais no mercado.

Segundo o comunicado, “artistas e técnicos negros continuam a enfrentar barreiras significativas de acesso, visibilidade e reconhecimento profissional”, além de receberem salários inferiores aos de profissionais não negros. As entidades criticaram o fato de Gross utilizar “um espaço público e de visibilidade para direcionar críticas a artistas, em vez de cobrar responsabilidade das estruturas empresariais”.

Entenda o caso - A polêmica começou durante a exibição da nova versão de Vale Tudo. Taís Araújo, que interpretou Raquel, disse em entrevista à revista Quem que se decepcionou ao ver a protagonista voltar a vender sanduíches na praia—trajetória diferente da versão original da novela.

“Quando isso não aconteceu, confesso que fiquei triste”, afirmou Taís, ao comentar a falta de ascensão social da personagem.

A partir disso, segundo o Metrópoles, a atriz levou sua insatisfação ao setor de compliance da Globo. O portal então entrevistou Hugo Gross, que voltou a minimizar denúncias de racismo e atacou Taís, afirmando que “o ator não tem sexo, não tem cor” e que falta “humildade”.

Veja trechos do posicionamento dos sindicatos

As entidades ressaltaram:

que não compactuam com discursos que negam o racismo estrutural;

que o papel de um sindicato é proteger trabalhadores, e não desqualificá-los;

que é preciso cobrar das empresas e produtoras práticas mais inclusivas;

e que seguirão atuando para promover espaços de trabalho “mais plurais, éticos e inclusivos”.

A nota conclui: “Racismo é crime.”

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