Todo campo-grandense tem alguma lembrança da Rua 14 de Julho — seja de um café, de uma loja antiga ou de um prédio curioso que já viu passando por ali. Agora, a mais famosa via do centro da cidade vai ter suas histórias reunidas em um estudo inédito. E quem tiver uma boa lembrança guardada pode fazer parte disso.
A proposta se chama “Rota 14” e vai analisar 42 imóveis antigos da Rua 14 de Julho, entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa e a Avenida Mato Grosso. O foco do estudo é levantar a história e os detalhes da fachada desses prédios, muitos deles esquecidos no meio do movimento diário da região central.
O projeto foi aprovado no edital do Fundo Municipal de Investimentos Culturais (Fmic) e recebeu R$ 99,9 mil da Prefeitura de Campo Grande. A ideia é criar um roteiro cultural mostrando como a arquitetura da rua mudou com o tempo — e, claro, destacar a importância que ela tem para a cidade.
A equipe que vai cuidar do levantamento é formada por profissionais de várias áreas: duas arquitetas, um engenheiro, uma designer gráfica, uma pesquisadora e um arte-educador. O prazo para concluir tudo é de seis meses.
Segundo a arquiteta Viviane Maria de Freitas, de 24 anos, que idealizou o projeto, o estudo não será apenas técnico. A equipe também quer ouvir quem vive ou já viveu a Rua 14 de Julho. “Tem muita gente que passa ali e nem percebe que os prédios têm um segundo andar. Vamos montar uma linha do tempo para mostrar como cada imóvel foi mudando. Isso pode ajudar as pessoas a enxergar o valor histórico e até se interessarem em preservar”, explicou.
Além de valorizar a cultura e o turismo, o projeto também tenta jogar luz sobre um problema que já preocupa lojistas há algum tempo: o abandono de prédios antigos, muitos com aluguéis altos e estrutura desgastada. “Mostrar que tem valor histórico pode ajudar até a mudar o rumo desses imóveis”, aposta Viviane.
O “Rota 14” tem, portanto, a missão de olhar para o passado da rua, entender seu presente e ajudar a pensar no futuro. Quem tiver lembranças, fotos antigas ou curiosidades sobre algum prédio da 14 pode colaborar. Afinal, história boa é aquela que é contada por quem viveu de perto.
