No mês em que completaria 67 anos, o cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz (1958–2025) será homenageado pela Rádio Nacional no programa Especial de Domingo, que vai ao ar neste domingo (28), às 22h. O tributo relembra os principais momentos da carreira de um dos maiores nomes do samba brasileiro e traz conteúdos raros preservados no acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
A apresentação será de Gláucia Araújo, que conduz os ouvintes por uma jornada afetiva com áudios, músicas e trechos de entrevistas históricas de Arlindo Cruz e seus parceiros musicais. Os materiais foram originalmente exibidos em programas como Sem Censura e Samba na Gamboa, da TV Brasil.
Mais de 30 anos de samba e uma herança musical celebrada
O especial destaca a trajetória de Arlindo desde suas origens nas rodas de samba do bloco Cacique de Ramos, no Rio de Janeiro, até sua consagração como um dos compositores mais respeitados do país. O programa também relembra a marcante passagem pelo grupo Fundo de Quintal, a parceria com Sombrinha e colaborações com ícones como Beth Carvalho e Zeca Pagodinho.
Com mais de 550 músicas gravadas, Arlindo lançou 23 álbuns — sendo nove com o Fundo de Quintal, cinco com Sombrinha e nove em carreira solo. No repertório do programa estão sucessos eternizados por sua voz ou por outros grandes intérpretes, como:
Chegamos ao Fim
O Meu Lugar
O Show Tem que Continuar
Bagaço da Laranja
Camarão que Dorme a Onda Leva
Só pra Contrariar
Favela/Numa Cidade Muito Longe Daqui
Do Fundo de Nosso Quintal
Do Cacique de Ramos ao Grammy Latino
Natural do Rio de Janeiro, Arlindo Cruz iniciou a carreira no início dos anos 1980 e se destacou rapidamente por seu talento como compositor, cantor e instrumentista, especialmente no cavaquinho. Seu último trabalho artístico foi a canção Pagode 2 Arlindos, gravada em 2017 com o filho, Arlindinho.
Ao longo da carreira, Arlindo foi agraciado com mais de 20 prêmios, incluindo o título de Melhor Cantor de Samba no 26º Prêmio da Música Brasileira. Também foi indicado cinco vezes ao Grammy Latino, sendo quatro na categoria de Melhor Álbum de Samba/Pagode e uma na de Melhor Canção em Língua Portuguesa.
Legado eternizado no samba brasileiro
Arlindo Cruz faleceu em 8 de agosto de 2025, aos 66 anos, após enfrentar complicações de saúde desde 2017, quando sofreu um grave Acidente Vascular Cerebral (AVC). Sua morte foi sentida em todo o país, com manifestações de carinho de artistas, fãs e personalidades da música e da cultura.
O tributo promovido pela Rádio Nacional busca manter vivo o legado de um artista que soube traduzir a alma do samba com poesia, melodia e emoção. Um convite à memória e à celebração de uma das maiores vozes da música popular brasileira.
