
Nesta segunda-feira (1º), a Rádio Nacional da Amazônia completou 48 anos de transmissão pelas ondas curtas, levando música, informação e entretenimento a toda a região Norte do Brasil. A emissora celebrou a data com uma programação especial ao vivo, reunindo ouvintes, equipe e autoridades.

Inaugurada em 1º de setembro de 1977, a Rádio Nacional da Amazônia se tornou um elo entre comunidades distantes e o resto do país, contribuindo para a formação cultural e social de gerações. A apresentadora Mara Régia, que integrou a emissora desde os anos 1970, destacou a proximidade com os ouvintes. “É uma honra acompanhar essa trajetória de tanto sucesso. Recebemos cartas, sementes plantadas em nossa homenagem e crianças batizadas com nossos nomes”, relembra.
O impacto da rádio na vida de seus ouvintes é profundo. Cláudio Paixão, por exemplo, cresceu em uma fazenda em Estreito (MA), onde o rádio era o único meio de comunicação disponível. “Até 2006, não havia energia elétrica, e a FM não chegava. A Nacional da Amazônia foi fundamental para eu traçar minha trajetória profissional”, disse. Paixão se formou jornalista e pesquisador da própria rádio, reunindo o maior acervo de conteúdo já transmitido pelas ondas curtas.
A influência da emissora se mantém com o passar das gerações, como explica Ediléia Martins, apresentadora do programa Nacional Jovem: “Por mais que existam novas tecnologias, aquele radinho de pilha continua sendo a companhia de muitos”.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, também destacou o papel central da rádio na Amazônia. Filha de seringueiro, ela recordou que aprendeu a se expressar ouvindo novelas na rádio, mesmo sendo analfabeta. “Toda a minha conexão com o mundo e com minha família era feita através do rádio”, afirmou.
Futuro e inovação
Durante a celebração, foi lançada a cápsula do tempo que reunirá mensagens para a Amazônia em 50 anos, a serem abertas em 2027. A programação integra a Semana da Amazônia, que segue até 5 de setembro, incluindo experiências imersivas como o projeto Amazônia Viva, que simula a realidade de indígenas que vivem na floresta.
O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), André Basbaum, ressaltou a importância da emissora para o país e para o mundo: “A Rádio Nacional da Amazônia cumpre um papel fundamental na radiodifusão e na comunicação, especialmente nos lugares mais distantes, e reforça nosso compromisso com o meio ambiente e os povos originários”.
