
O tradicional museu de cera Grévin, em Paris, inaugurou nesta quarta-feira (19) uma estátua em homenagem à Princesa Diana, 30 anos após a icônica entrevista que ela concedeu à BBC, em 1995. A escultura em tamanho real retrata Lady Di vestindo a famosa peça conhecida como “vestido da vingança”, símbolo de sua afirmação pessoal após o fim turbulento do casamento com o então príncipe Charles.
A escolha da data e da vestimenta não foi aleatória. O vestido preto com ombros caídos, desenhado pela estilista grega Christina Stambolian, foi usado por Diana em um jantar beneficente em 1994, justamente no dia em que Charles admitiu publicamente ter cometido adultério com Camilla Parker Bowles, hoje Rainha Camila. O visual marcante rapidamente se tornou um ícone de estilo e resistência feminina.
Distante da realeza, próxima de Maria Antonieta - Um dos detalhes que mais chamam atenção na homenagem é o local em que a estátua foi posicionada dentro do museu. Ao invés de colocá-la ao lado das réplicas da Rainha Elizabeth II ou de Charles, os curadores decidiram manter Lady Di afastada da família real. Curiosamente, a escultura está próxima à figura de Maria Antonieta, a última rainha da França antes da Revolução, que também teve uma vida marcada por intensa exposição pública e tragédia.
A escolha reforça a imagem de Diana como uma figura trágica, mas também revolucionária dentro da monarquia britânica, alguém que rompeu com protocolos, expôs feridas internas da coroa e conquistou o afeto popular em todo o mundo — mesmo após sua morte em um acidente de carro em Paris, em 1997.
A inauguração marca também os 30 anos da entrevista bombástica que Diana concedeu ao jornalista Martin Bashir, da BBC, exibida em novembro de 1995. Na conversa, ela abordou temas até então considerados tabus: traições, depressão pós-parto, bulimia e o impacto emocional de viver sob o peso da monarquia.
“Éramos três nesse casamento”, afirmou Diana na ocasião, em referência direta à presença de Camilla na vida de Charles. A frase se tornou uma das mais lembradas da história recente da família real.
A princesa do povo, agora eternizada em cera - Com a homenagem no Grévin, Diana se junta a centenas de outras personalidades da história, arte e cultura mundial já imortalizadas em cera no museu. A estátua reforça sua presença simbólica em Paris, cidade onde sua história chegou a um fim trágico, mas cuja memória permanece viva entre admiradores ao redor do mundo.

