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AULA PRÁTICA

Parceria entre MIS e UFMS permite aos alunos participarem da preservação do acervo do Museu

A coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, esclarece que o museu não tem equipe técnica com conhecimento especializado na área de preservação audiovisual, daí a importância dessa parceria

21 junho 2022 - 11h50
Parceria entre MIS e curso de Audiovisual da UFMS permite aos alunos participarem da preservação do acervo do Museu
Parceria entre MIS e curso de Audiovisual da UFMS permite aos alunos participarem da preservação do acervo do Museu - (Foto: Divulgação)

Começaram na manhã desta terça-feira (21) as aulas práticas da disciplina de Preservação Audiovisual do Curso de Audiovisual da UFMS, que estão sendo realizadas no Museu da Imagem e do Som por conta de uma parceria. Nessa troca, o MIS coloca o acervo de películas a disposição da professora especialista em preservação audiovisual, que assim passará por um processo de higienização, recuperação e identificação dos filmes. Na aula de hoje estão sendo utilizados os materiais fílmicos em 16 mm do fotógrafo Tião que foram doados pelo Instituto Histórico e Geográfico para serem salvaguardados no acervo do MIS.

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A coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, esclarece que o museu não tem equipe técnica com conhecimento especializado na área de preservação audiovisual, daí a importância dessa parceria. “A gente tem material fílmico no nosso acervo, são muito importantes, e graças a essa parceria que é a gente ceder o espaço, ceder os materiais e colocar esse material à disposição, o curso traz como retorno a higienização e a preservação desse material, que é uma coisa que o Museu não conseguiria fazer hoje por não ter profissional especializado”.

“Além disso, colocamos uma funcionária do MIS, a Inês Higa, que para acompanhar as aulas, ela vai aprender a fazer esse processo também. Na bagagem a gente consegue também trazer um pouco desse material de formação. Eles mandaram uma apostila da Cinemateca que explica muitas coisas. A professora Daniela Giovana Siqueira veio graças ao Curso de Audiovisual e isso é muito legal porque graças à criação do Curso o MIS será um dos beneficiados. E o material que ela está começando a trabalhar são fotos que têm uma riqueza histórica muito grande que até então a gente não conseguiu ver o que era, e vamos correr atrás de digitalizar esse material, porque está em material fílmico, que também é muito valioso. E aí a gente começa esse processo de organizar o nosso acervo a partir dessa parceria. Para os alunos é muito bom porque eles têm esse processo da prática, a professora traz todo esse conhecimento que ela já tem com o material fílmico e o Museu ganha com isso a higienização, a organização e a preservação dessas películas”.

A professora do Curso de Audiovisual da UFMS, Daniela Giovana Siqueira, afirma que é muito importante para os alunos poderem trabalhar com algo que já não está na vida comum, que é a película cinematográfica, de onde o cinema veio, de onde ele nasceu, um material que registrou mais de cem anos de imagens no mundo inteiro antes de a gente entrar nessa lógica digital que a gente vive hoje. “É uma possibilidade de aproximar com o mundo do cinema, que fez com que tudo o que a gente conhece sobre cinema existisse e é uma ideia também de se aproximar de conceitos como história e memória, que são importantes para a gente poder entender muitas coisas em sociedade, e sobretudo, dentro do campo do cinema”.

“Nós fizemos uma reforma no PPC do curso, que é um instrumento que fala assim: ‘quais as disciplinas que o curso vai ter’, e aí nós conseguimos colocar essa disciplina de preservação, e ela é obrigatória aos alunos do Curso de Audiovisual. Ela é uma diretriz obrigatória do MEC também, só que não é tão simples instalar, às vezes por conta dos profissionais, que não tem mesmo, formados professores nessa área específica, e muitas vezes há falta de uma parceria como essa que está sendo feita aqui entre a Universidade e o MIS, a Fundação de Cultura de MS. Essa dificuldade de a gente ter acesso a acervos para poder ensinar e dividir os conhecimentos, isso é raro de acontecer. Então foi um feliz encontro aqui em Campo Grande com o curso de Audiovisual e o museu, nessa parceria, e a gente conseguiu fazer esta parte prática. É algo incomum, ainda, no Brasil. É uma luta da área, nós temos a Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, que está lutando para que a gente possa ter essa situação, mas foi feita uma confluência feliz, aqui em Campo Grande”.



Wedyn Santos Pereira, aluno do curso de Audiovisual da UFMS

Wedyn Santos Pereira, aluno do curso de Audiovisual da UFMS, é surdo-mudo e decidiu cursar Audiovisual para realizar um sonho. “Gosto muito de fotografia, esse é meu desejo, de trabalhar na área. O Curso de Audiovisual tem a parte de cinema, talvez a questão da legenda, aí eu não consigo acompanhar algum cinema em geral, porque quando não tem legenda eu não consigo entender, porque só tem o áudio, algumas imagens, eu consigo compreender, mas a parte de áudio fica difícil mesmo. Eu sou mais visual, então a fotografia me ajuda. Esta disciplina de Preservação Audiovisual é boa porque a gente aprende na prática a entender a película, como que funciona, a professora explica, ela mostra como que realmente é, se é só uma limpeza, se só foi uma sujeirinha, quais as outras falhas, se tem algum defeito, se tem um fungo, alguma coisa, então essa identificação desses defeitos na película é muito importante”.

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