
Ozzy Osbourne, um dos maiores ícones da história do rock, morreu aos 76 anos nesta terça-feira, 22 de julho. A informação foi confirmada por um comunicado oficial divulgado por sua família, que informou que o cantor faleceu "cercado de amor". O artista britânico vinha enfrentando problemas de saúde desde que foi diagnosticado com a doença de Parkinson, em 2020.

Mesmo debilitado nos últimos anos, Ozzy nunca deixou de refletir sobre sua trajetória e sobre a marca que deixaria na história da música. Em entrevista concedida à revista Rolling Stone em 2022, relembrada pelo site Whiplash, o cantor comentou com bom humor e realismo como gostaria de ser lembrado após sua partida.
“Simplesmente ‘Ozzy Osbourne, nascido em 1948, morreu assim e assim.’ Fiz muita coisa para um simples cara da classe trabalhadora. Fiz muita gente sorrir. Também fiz muita gente falar: ‘Quem diabos esse cara pensa que é?’”, declarou o músico na ocasião.
O astro que chocou e encantou gerações
John Michael Osbourne, o Ozzy, nasceu em Birmingham, na Inglaterra, em 1948, e ficou mundialmente conhecido como vocalista da banda Black Sabbath, formada no final dos anos 1960. Com sua voz única e presença de palco marcante, ele ajudou a definir o gênero heavy metal, sendo peça fundamental para que a banda se tornasse um fenômeno global.
O apelido “Príncipe das Trevas” surgiu ainda nos anos 70, quando sua estética sombria e letras densas conquistaram fãs ao redor do mundo — e também alimentaram muitas polêmicas. Entre os episódios mais comentados da sua carreira, está o momento em que mordeu a cabeça de um morcego no palco, nos anos 80, gesto que acabou eternizado na cultura pop e, inevitavelmente, associado ao seu nome.
“Garanto que, se morresse hoje à noite, amanhã seria: ‘Ozzy Osbourne, o homem que arrancou a cabeça de um morcego com os dentes, morreu em seu quarto de hotel...’. Sei que isso acontecerá. Mas não tenho do que reclamar. Ao menos serei lembrado”, disse o cantor na mesma entrevista.
Carreira solo de sucesso e influência duradoura
Após sair do Black Sabbath no final dos anos 70, Ozzy construiu uma bem-sucedida carreira solo, lançando discos como Blizzard of Ozz (1980), que trouxe hits como Crazy Train e Mr. Crowley. Ao longo das décadas, lançou diversos álbuns, participou de turnês mundiais e continuou influenciando músicos de diferentes gerações.
Além da música, Ozzy também ficou conhecido por sua vida pessoal, marcada por excessos, superações e uma relação transparente com os fãs. Sua participação no reality show The Osbournes, exibido no início dos anos 2000, mostrou ao mundo os bastidores de sua rotina familiar, com momentos de humor, caos e afeto.
A luta contra o Parkinson e os últimos anos
Em 2020, o artista revelou ao público que havia sido diagnosticado com Parkinson, doença neurológica degenerativa. Desde então, enfrentava complicações de saúde que o afastaram progressivamente dos palcos. Ainda assim, Ozzy seguiu ativo criativamente e chegou a lançar o álbum Patient Number 9 em 2022, com participações de nomes como Eric Clapton, Tony Iommi e Jeff Beck.
O disco foi bem recebido pela crítica e pelos fãs, reafirmando sua relevância artística mesmo diante das dificuldades. Apesar do estado de saúde fragilizado, Ozzy continuava se manifestando nas redes sociais e em entrevistas, sempre com sua sinceridade característica.
Despedida discreta, legado imensurável
A família ainda não divulgou detalhes sobre o velório ou enterro. Segundo veículos internacionais, a cerimônia será reservada à família e amigos próximos, em uma cidade do interior da Inglaterra.
Ozzy Osbourne parte deixando uma marca indelével na história da música e milhões de fãs ao redor do mundo. Sua trajetória, repleta de altos e baixos, polêmicas, genialidade e autenticidade, ajudou a moldar o rock como conhecemos hoje.
De artista da classe operária britânica ao ícone global do heavy metal, Ozzy fez da própria vida um espetáculo, por vezes selvagem, por vezes doloroso, mas sempre intenso e verdadeiro.
