
Para Francisco Bosco e Raul Mourão, o mês de junho de 2013 ainda continua ecoando na vida política brasileira. Exatos sete anos depois da efervescência daqueles dias e corroborando essa tese, o documentário “O Mês Que Não Terminou”, assinado pela dupla, estreia na TV. Após participar de diversos festivais de cinema, o longa ganha exibição no Curta!.

O filme comenta os desdobramentos de dois movimentos internacionais de 2011, o “Occupy Wall St”, em Nova York, e “Os Indignados”, em Madrid, fazendo uma ligação entre essas ações e as manifestações que ocorreram no Brasil durante junho de 2013. Segundo os diretores, essa agitação desembocou nos protestos a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014. E também foi motor de propulsão da Operação Lava Jato e da ascensão da extrema direita no Brasil.
Para ajudar na reflexão sobre o período, os diretores convidaram ativistas, cientistas políticos, filósofos, psicanalistas e economistas, cujos relatos se costuram ao roteiro do ensaísta Francisco Bosco. A narração é de Fernanda Torres. “O Mês Que Não Terminou” é uma produção da Kromaki, viabilizada através do Fundo Setorial do Audiovisual pelo canal Curta!. A estreia é na Sexta da Sociedade, 19 de junho, às 22h.
Intolerância religiosa contra os rituais por trás do acarajé baiano é exposta em novo longa
Feito com feijão, camarão e dendê, o acarajé chegou ao Brasil como um prato místico trazido pelos africanos e ofertado em ritual religioso ao orixá Iansã, rainha dos raios, ventos e tempestades. No entanto, há alguns anos, existe um conflito entre os que desejam desvincular a feitura do acarajé de rituais afro-brasileiros e os que zelam por essas tradições. Pelas mãos do primeiro grupo, o acarajé vem sofrendo uma série de adaptações e se distanciando de seu significado original. Essa realidade é mostrada no documentário “Àkàrà, no Fogo da Intolerância”, que estreia no Curta!.
O longa, dirigido por Claudia Chávez, traz histórias de baianas de acarajé e depoimentos de personalidades sobre a intolerância praticada contra as religiões de matriz africana. O filme é uma produção da Obá Cacauê, viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). A estreia é na Terça das Artes, 16 de junho, às 18h.
Segunda da Música – 15/06
22h25 – “Tropicália” (Documentário)
“Tropicália" é um retrato de um dos movimentos mais marcantes na cultura brasileira, o Tropicalismo. Feito quase inteiramente com imagens de arquivo dos anos de 1967, 1968 e 1969, o documentário traz material fotográfico, sequências de filmes e programas de TV especialmente recuperados e deliciosamente embalados pela música de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé. Um momento de descoberta e confronto no início dos anos de chumbo. Diretor: Marcelo Machado. Duração: 87min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 16 de junho, terça-feira, 02h25 e 16h25; 17 de junho, quarta-feira, às 10h25; 20 de junho, sábado, às 13h; 21 de junho, domingo, 19h25.
Terça das Artes – 16/06
18h – “Àkárá, no Fogo da Intolerância” (Documentário)
“Àkàrà no fogo da intolerância” é um documentário que se une à luta contra a intolerância que atinge as religiões de matriz africana, a partir da conflitante realidade do acarajé, um dos pratos mais tradicionais da culinária popular afro-brasileira, que vem sofrendo uma série de adaptações por comerciantes que desejam desvinculá-lo de suas origens religiosas. O longa faz uma análise histórica, sob a perspectiva de quem sofre esse tipo de violência, e expõe a relação desta com o racismo estruturante instaurado na sociedade brasileira. Diretora: Claudia Chávez. Duração: 72 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 17 de junho, quarta-feira, às 04h e às 12h; 18 de junho, quinta-feira, às 06h; 20 de junho, sábado, às 04h; 21 de junho, domingo, 15h35.
23h30 – “Matizes do Brasil” – Ep. “Vicente do Rego Monteiro”
Artista múltiplo, Vicente do Rego Monteiro foi um indianista de vanguarda, sendo considerado o primeiro modernista a se interessar pelo tema da antropofagia nas artes brasileiras. Atuando com desenvoltura como escultor, pintor, desenhista, gravurista, ilustrador, fotógrafo, poeta, figurinista, cenógrafo, dançarino, editor e professor, o pernambucano nascido na virada para o século XX é tema deste episódio de “Matizes do Brasil”. Denise Mattar, Jorge Schwartz e Clarissa Diniz são convidados a analisar algumas das obras icônicas de Rego Monteiro, ao mesmo tempo em que revelam aspectos relevantes sobre sua biografia e tecem um panorama sobre o legado e a importância dele para o cenário artístico brasileiro. Diretora: Bianca Lenti. Duração: 26 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 17 de junho, quarta-feira, às 03h30 e às 17h30; 18 de junho, quinta-feira, às 11h30; 20 de junho, sábado, às 19h10; 21 de junho, domingo, 10h10.
Quarta de Cinema – 17/06
22h25 – “Bicho de Sete Cabeças” (Ficção)
Uma viagem ao inferno manicomial. Esta é a odisseia vivida por Neto, um adolescente de classe média baixa, que leva uma vida normal até o dia em que o pai o interna em um manicômio depois de encontrar um baseado no bolso de seu casaco. Diretor: Laís Bodanzky. Duração:88 min. Classificação: 16 anos. Horários alternativos: 18 de junho, quinta-feira, 02h25 e 16h25; 19 de junho, sexta-feira, às 10h25; 21 de junho, domingo, às 14h.
Quinta do Pensamento – 18/06
18h15 – “Karingana – Licença Para Contar” - Exibição em homenagem ao aniversário da cantora Maria Bethânia, comemorado no mesmo dia.
Maria Bethânia leva seu ensaio poético a Moçambique. A intérprete apresenta trechos de obras conectadas com diferentes formas de expressão em língua portuguesa. Com depoimentos de Mia Couto, José Agualusa e de diversos escritores e críticos literários moçambicanos e angolanos, o documentário apresenta o desenvolvimento da literatura em Moçambique e Angola. Trata de temas como a importância da literatura na resistência à colonização, a conexão com idiomas nativos e tradições orais e a influência de escritores brasileiros em Angola e Moçambique. Diretora: Mônica Monteiro. Duração: 73 min. Classificação: Livre. Horários alternativos: 19 de junho, sexta-feira, 01h40 e 15h40; 21 de junho, domingo, às 18h05; 22 de junho, segunda-feira, às 09h40.
Sexta da Sociedade – 19/06
22h – “O mês que não terminou” (Documentário)
Análise do processo institucional e social do país desde junho de 2013 até a eleição de Bolsonaro, investigando a crise do lulismo, a operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e a ascensão da extrema direita. Diretores: Francisco Bosco e Raul Mourão. Duração: 107 min. Classificação: 14 anos. Horários alternativos: 20 de junho, sábado, às 2h e às 14h35; 21 de junho, domingo, às 21h; 22 de junho, segunda-feira, às 16h; 23 de junho, terça-feira, às 10h05.
